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Artes

Proximidade Brasil e Japão sobe ao palco em espetáculo de Okinawa neste sábado

Paula Maciulevicius | 07/11/2015 07:34
Grupo ensaia movimentos para apresentação neste sábado. (Foto: Fernando Antunes)
Grupo ensaia movimentos para apresentação neste sábado. (Foto: Fernando Antunes)

Quando se comemoram 120 anos de amizade entre Brasil e Japão, as luzes do palco se acendem para entender um pouco da história de Okinawa através dos passos. Neste sábado, a partir das 19h, o Centro de Convenções Rubens Gil de Camilo recebe o espetáculo de Danças de Ryukuy, com bailarinos vindos direto do Japão.

Contando com músicos e dançarinos, serão 23 pessoas no palco, entre elas as fundadoras da escola da dança "Tamagusukuryu Senjukai", Tanita Yoshiko e Mieko Kinjo, que detêm o título de "Patrimônio Cultural Intangível do Japão" pela dança.

"Na época em que Okinawa era um reino independente, recebiam muitos diplomatas chineses e as danças eram apresentadas como recepção", explica Mieko de 75 anos. A irmã, Tanita, descreve que o espetáculo, dividido em três gêneros, do clássico até o contemporâneo, têm movimentos rápidos, mesmo nos primórdios.

Tanita Yoshiko e Mieko Kinjo, detêm o título de "Patrimônio Cultural Intangível do Japão" pela dança. (Foto: Fernando Antunes)
Tanita Yoshiko e Mieko Kinjo, detêm o título de "Patrimônio Cultural Intangível do Japão" pela dança. (Foto: Fernando Antunes)

"No clássico, por mais que seja lento, é preciso dançar com o coração", afirma Tanita. As duas já vieram ao Brasil entre três e quatro vezes nos últimos 40 anos, mas é a primeira vez em Campo Grande. E o que querem? É cativar cada vez mais o público. "Mostrar a essência de Okinawa através da dança", ressaltam as duas. 

A conversa com as irmãs só é possível pelo intérprete Satoru Saito, brasileiro, à frente da academia de dança "Tamagusukuryu Senjukai", filial de São Paulo. O único dançarino nosso junto dos japoneses. 

Na apresentação, todas as músicas são executadas ao vivo, ao som dos instrumentos típicos da ilha, trazendo ao público a oportunidade de conhecer as artes okinawanas legitimamente. 

Será a primeira cidade do País a receber o espetáculo, depois daqui, o grupo vai para São Paulo. Presidente da Associação Okinawa de Campo Grande, Nilton Shirado, explica que a escolha pela cidade é por sermos uma das maiores concentrações de descendentes da Colônia Okinawa.

Na apresentação, todas as músicas serão executadas ao vivo. (Foto: Fernando Antunes)
Na apresentação, todas as músicas serão executadas ao vivo. (Foto: Fernando Antunes)

"Campo Grande possui entre 65 e 70% dos descendentes de japoneses são de Okinawa. Eles vêm através de um recurso da Fundação de Cultura do Japão, mas estão bancando hotel por conta, por isso vamos cobrar os ingressos", justifica Nilton. Os valores para ajudar os custos nas despesas são de R$ 50,00 a inteira e R$ 25,00 a meia-entrada.

"Será muito interessante, eles vão apresentar como é a cultura, desde o antigo até o moderno da dança", resume o presidente.

A primeira parte abordará as danças do Reino de Ryukyu que foram desenvolvidas para entretenimento em solenidades oficiais e a vida fora do reino com apresentações de danças populares, retratando o cotidiano da população okinawana. Na segunda parte, será apresentado um conjunto de danças modernas de forma dinâmica.

A academia - A academia de dança Tamagusuku-ryu Senjukai, fundada pelas irmãs Yoshiko Tanita e Mieko Kinjo, que iniciaram a prática da dança típica de Okinawa em 1945, no período de evacuação para Taiwan, durante a Segunda Guerra Mundial. Após retornarem a Okinawa, Tanita e Kinjo começaram seus treinos formais sob a tutela do gran mestre Seigi Tamagusuku, em 1950.

Ryukyu - O arquipélago de Ryukyu foi um reino independente até a Restauração Meiji, em 1868, sendo posteriormente anexado ao Japão e denominado como província de Okinawa. Situada no oeste do Pacífico e ao sul das principais ilhas japonesas, foi um importante entreposto comercial para a região.

Os ingressos serão vendidos durante o dia na Associação Okinawa de Campo Grande, na Rua dos Barbosas, nº 110 e também à noite, na bilheteria do Centro de Convenções Rubens Gil de Camilo, no Parque dos Poderes.

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