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Artes

Ribeirinhas aprendem a confeccionar artesanato em aguapé para o comércio

Alan Diógenes | 02/06/2014 21:49
O grupo de mulheres saiu pelo rio Paraguai para aprender a escolher o aguapé a ser coletado. (Foto: Fabio Pellegrini)
O grupo de mulheres saiu pelo rio Paraguai para aprender a escolher o aguapé a ser coletado. (Foto: Fabio Pellegrini)

Um grupo de 15 mulheres da comunidade de Porto da Manga, à margem do rio Paraguai, em Corumbá, a 426 quilômetros de Campo Grande aprenderam a coletar o aguapé, uma planta aquática da região, para produzirem artesanatos e venderem aos turistas que visitam o local. A idéia surgiu de uma apresentação com a artesã Catarina Guató, uma das poucas remanescentes difusoras deste saber secular de uma tradição dos indígenas da etnia guató.

O curso, ocorrido na semana passada, foi destinado a jovens de 18 a 29 anos e teve duração de 20 horas-aulas, mas também contou com a presença de gente de mais idade. O projeto, denominado Saberes Seculares do Pantanal, é de realização da Funarte e do Ministério da Cultura, por meio do programa Mais Cultura: Microprojetos Pantanal. Teve ainda apoio da organização não-governamental Ecoa, da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul e da prefeitura de Corumbá, por meio da Secretaria Municipal de Assistência Social e Cidadania e da Fundação de Cultura de Corumbá.

No primeiro dia, o grupo saiu de barco com Catarina para aprender a escolher o aguapé a ser coletado. Na sequência a fibra foi exposta ao sol para secar. As alunas aprenderam também a produzir a trama que origina o trançado, que pode chegar a centenas de metros, até tomar forma de objetos utilitários e decorativos. Ao fim do curso, as alunas fizeram uma exposição com o material produzido.

Os artesanatos são produzidos para serem expostos e comercializados na Casa do Telégrafo. (Foto: Fabio Pelligrini)
Os artesanatos são produzidos para serem expostos e comercializados na Casa do Telégrafo. (Foto: Fabio Pelligrini)

O objetivo da iniciativa é a formação de um grupo que, além de coletar iscas vivas, passará a coletar o aguapé para a produção e comercialização de artesanato na centenária Casa do Telégrafo, construída pelo Marechal Rondon, e mantida pela prefeitura.

A empresária Vanides Sório, que cedeu espaço para a realização do curso relata que a oficina serviu como passo inicial possibilitando um novo momento para a comunidade. “É importante por haver farta disponibilidade da matéria-prima, que é de fácil coleta, e por oferecer nova fonte de renda, pois os turistas vêm e sempre querem levar uma lembrança. Com esse novo ofício agregado podemos fortalecer o orçamento de casa, ocupar o tempo livre, produzir um belo material e ajudar a criar uma identidade para a região.” destacou.

A centenária comunidade de Porto da Manga abriga cerca de 40 famílias. Seus moradores trabalham no turismo de pesca, realizando coleta e comércio de iscas vivas. Atuam também prestando serviços a hoteis e rancho de pesca, como piloteiros, guia de pesca e pescadores profissionais.

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