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Artes

Sem fiscal, qualquer um leva o que quiser do Museu José Antônio Pereira

Naiane Mesquita | 17/02/2016 06:56
Caixa que guarda objetos nem sequer tem tampo de vidro para evitar roubo ou depredação. (Foto: Marcos Ermínio)
Caixa que guarda objetos nem sequer tem tampo de vidro para evitar roubo ou depredação. (Foto: Marcos Ermínio)

Restaurada em 1999 e transformada em Museu José Antônio Pereira, a sede da fazenda Bálsamo foi doada pela família do fundador de Campo Grande para que a história fosse contada às próximas gerações. A construção de pau a pique ainda guarda objetos, documentos, um tear e um carro de bois em bom estado, que mostram um pouquinho sobre como era a vida na época.

A maquete continua intacta, só com uma leve camada de poeira (Foto: Marcos Ermínio)
A maquete continua intacta, só com uma leve camada de poeira (Foto: Marcos Ermínio)

Mesmo assim, a grama continua alta no espaço, que ganha um certo ar de abandono. Na lista de visitantes, a conta está em 371, que deve aumentar com visitas guiadas de escolas da Capital, no entanto, quem visita no domingo, não tem nenhuma atenção.

A equipe do Lado B foi até o local observar como o patrimônio imaterial de Campo Grande é preservado e teve uma péssima impressão. Apesar da poeira, o que mais chamou a atenção foi a falta de um funcionário para receber e guiar quem quisesse conhecer o local a fundo, com detalhes da vida e da obra de José Antônio Pereira.

Mesmo com câmeras e identificação, não fomos abordados em nenhum momento pela equipe ou segurança. Qualquer um pode retirar as relíquias guardadas ali e levar para casa, sem dificuldade, já que não vimos qualquer fiscalização em pleno domingo à tarde.

A cerca do lado esquerdo está quebrada, sinais do tempo no museu (Foto: Marcos Ermínio)
A cerca do lado esquerdo está quebrada, sinais do tempo no museu (Foto: Marcos Ermínio)

Por volta de 16h30, andamos pelo local, vimos utensílios antigos de cozinha, maquetes, móveis e pequenos objetos históricos, sem nenhuma proteção contra ladrões ou depredações.

Um carro de boi, que mostra a forma como o fundador chegou aqui, pode facilmente ser danificado por vândalos. Painel que, aparentemente, era exibido em lugar de destaque na parede, agora está encostado, ao que tudo indica, por falta de manutenção.

Apesar do movimento, com a chegada do carro do Campo Grande News e a presença de 3 pessoas da equipe no local, ninguém apareceu para, ao menos, fiscalizar a visita.

Procurada pelo Lado B, a diretora do departamento de cultura da Fundac (Fundação Municipal de Cultura de Campo Grande), responsável pela gestão do espaço, afirmou que há funcionários responsáveis por realizar a visita guiada no espaço.

“Existe um revezamento no final de semana. É estranho que não ninguém tenha recebido a equipe. As escolas costumam fazer o agendamento, não sei o que houve”, disse, prometendo verificar as escalas.

O que fica é a sensação de que o patrimônio de Campo Grande continua em escanteio. Com mudanças na administração da Fundac e problemas na administração, o número de tombamentos estagnou, sem novas mudanças desde 2011. Agora, nem mesmo os museus estão tão a salvos.

A grama começa a ficar alta devido as chuvas de fevereiro (Foto: Marcos Ermínio)
A grama começa a ficar alta devido as chuvas de fevereiro (Foto: Marcos Ermínio)
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