Sem precisar de palavras, palhaço é centro de espetáculo sobre o abandono
Um palhaço andarilho encontra uma criança no lixo e a partir desse instante toda a sua vida se transforma. Na peça “Bebê a Bordo”, o palhaço Anderson Lima mostra que é possível contar uma história sem uma única palavra e tendo como fio condutor as técnicas circenses antigas. O espetáculo será apresentado hoje e amanhã, às 20 horas, no Teatral Grupo de Risco.
“Eu trabalho uma dramaturgia para as cenas do palhaço, normalmente o que se tem são gags sem conexão umas com as outras. Nós trabalhamos uma peça onde se tem um fio condutor para as ações das cenas”, explica Anderson.
Para o ator, o palhaço não está apenas no plano da diversão. “Entendemos ele como um arquétipo subversivo e importante para contrapor as ordens postas, chamando a atenção para refletir uma coisa e não apenas rir dela pela graça que possa ter, deslocada da motivação que gerou a proposta”, acredita.
Como o personagem encontra uma criança abandonada, Anderson chama a atenção para a questão do abandono e responsabilidade. Ao perceber que no carrinho há um bebê, o palhaço não sabe se segue seu caminho ou fica para cuidar da criança. “Busco uma reflexão sobre as condições de cuidado, sobre a paternidade e as questões de abandono”, afirma.
A curta temporada tem o custo de apenas R$ 2,00. O Teatral Grupo de Risco que fica na rua José Antônio, 2170, Jardim Brasil. A entrada é livre. Informações pelo telefone (67) 99215-2099 ou no evento do Facebook.
