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Artes

Tatuagem japonesa demora até 1 ano para ficar pronta e cobre o corpo inteiro

Naiane Mesquita | 19/05/2016 06:15
Para chegar neste nível tatuagem já teve 30 sessões (Foto: Naiane Mesquita)
Para chegar neste nível tatuagem já teve 30 sessões (Foto: Naiane Mesquita)

São mais de 30 sessões para que a tatuagem fique pronta, em média um ano de dedicação do tatuador e do cliente, que precisa ter paciência para aguentar as agulhas e esperar o resultado. A arte é feita em todo o corpo, das costas até as nádegas, no estilo horimono, em que se pode cobrir o corpo todo, com exceção do rosto, mãos e pés.

Apenas as mãos e o rosto não são cobertas pela técnica
Apenas as mãos e o rosto não são cobertas pela técnica

“Atualmente estou fazendo em cinco pessoas, sendo que alguns deles são tatuadores. Estou avaliando outros clientes também”, afirma o tatuador Fernando Toshio, 30 anos, um apaixonado pela técnica.

A ideia de fazer a horimono surgiu aos poucos, como parte do estudo e crescimento profissional de Fernando. “Tatuo há oito anos, apesar de fazer tatuagens comerciais, tenho sido procurado cada vez mais pelos clientes e amigos para fazer o que mais gosto e estou aprendendo, que são tatuagens de cunho japonês”, diz.

Segundo Fernando, a tatuagem na parte traseira do corpo, do pescoço até as nádegas e terminando no meio da coxa é o maior espaço ininterrupto sobre o corpo, no qual se pode ver uma única imagem. “A parte traseira oferece a tela ideal para o tatuador e muitas vezes os mais belos trabalhos de arte produzidos por tatuadores que empregarem este espaço”, ressalta.

Os que se submetem a técnica são descritos por ele como verdadeiros “guerreiros”, apesar da cicatrização não ser tão diferente das comuns, durando em média 15 dias. “Primeiro eu faço o contorno de todo o desenho, depois incluo as partes em preto e por último, a cor. As tatuagens japonesas costumam ser bem coloridas, é que todas ainda estão no começo”, explica.

Um dos clientes que está há mais tempo fazendo a tatuagem é o assistente administrativo Bruno dos Santos, 27 anos. “Faz mais ou menos dois anos que eu comecei, com cerca de 30 sessões e vão muitas ainda pela frente”, brinca.

Bruno conheceu a técnica pela influência de Fernando. “A tatuagem está inserida na família há muito tempo. A minha primeira eu tinha 18 anos. Eu fiquei interessado nessa porque o Fernando me disse que era rara, que nem todo mundo tinha, porque é um desenho que demora, tem muitos detalhes, um investimento que tem que ser feito com tempo”, acredita.

O tatuador rejeita o status de cult da tatuagem japonesa. “Ela exige planejamento, paciência, comprometimento e disciplina para suportar dor intensa com resistência na forma de uma série prolongada de consultas e sessões, que podem durar anos. São virtuosismos de uma cultura milenar”, frisa.

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