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Artes

Viúva não paga entrada em peça fúnebre que tem assassinato e lembra ditadura

Elverson Cardozo | 21/04/2015 07:12
Ensaio no cemitério. (Foto: Divulgação/Cia de Teatro e Circo M'Boi Tatá)
Ensaio no cemitério. (Foto: Divulgação/Cia de Teatro e Circo M'Boi Tatá)

O ingresso antecipado custa R$ 10,00 e na hora será vendido a R$ 30,0 e a R$ 15,00 (para quem tiver carteirinha de meia entrada), mas viúva entra de graça. Foi assim, usando a criatividade, que Cia de Teatro e Circo M'Boi Tatá, de Dourados, preparou o material de divulgação da peça “Quem matou o morto?”, que será reapresentada na sexta (24) e sábado (25), no teatro Aracy Balabanian, em Campo Grande.

“É uma brincadeira, uma sátira, mas se a pessoa chegar com atestado de óbito não paga mesmo. Já aconteceu”, diz o coordenador da companhia, o ator João Rocha, de 26 anos. A “promoção” tem tudo a ver com o espetáculo, um drama, que gira em torno de assassinato de um general assassino.

A viúva dele é uma das pessoas suspeitas de cometer o crime, assim como o garçom e o maitrê. Ambientada nos anos 50, dentro de um restaurante e em algum lugar não revelado, a montagem é uma crítica à Ditadura Militar.

Se passa em três idiomas – Português, Italiano e Espanhol – e é cheia de mistérios. “É para o público ficar confuso e tentar descobrir qual das figuras matou o general”, afirma João. O clima fúnebre estará presente no figurino, maquiagem, cenário, trilha e, inclusive, na entrada do teatro.

No elenco: Társila Bonelli, João Rocha e Michel Stevan. (Foto: Divulgação/Cia de Teatro e Circo M'Boi Tatá)
No elenco: Társila Bonelli, João Rocha e Michel Stevan. (Foto: Divulgação/Cia de Teatro e Circo M'Boi Tatá)

“A gente faz uma instalação, que é o velório do general. Dentro dessa instalação vai ter informações sobre vários assassinos pelo mundo. Esses personagens vão dialogando entre si e mostrando como foi a ditadura na América Latina foi”, adianta. “Normalmente a gente contrata carpideiras para chorar”, acrescenta.

A crítica à Ditadura acontece de maneira sutil. “Não é uma manifestação panfletária. É artística. Mas é um manifesto contra a ditadura”, reforça. O tema, na avaliação do ator, é bastante atual. “Estamos vivendo um momento em que as pessoas pedem a intervenção militar em praça pública. Somos contra isso”, comenta.

O drama é mesmo carregado, garante, mas o contraste aparece por meio dos números circenses e também pela dança, que inclui o tango como ritmo. Carro-chefe da M'Boi Tatá, o espetáculo estreou em 2013, após dois meses de preparação. De lá para cá, já foi apresentado 26 vezes, em Campo Grande e em cidades do interior do Estado.

Serviço - Ingressos para a peça “Quem matou o morto?” podem ser adquiridos antecipadamente, por R$ 10,00, nos seguintes pontos de vendas:

Livraria Leitura – Shopping Campo Grande - 2º piso
Daniel livros novos e usados – Rua 26 de Agosto, 348, esquina com a 14 de Julho
Ótica e foto Colorzoom – Rua 14 de Julho, 1704, esquina com a 15 de Novembro
Brechó Gaveta – Rua Padre João Crippa, 2800
arco-da-velha Bazar e Brechó – Rua Pedro Celestino, 924

Viuva não paga!

Outras informações podem ser obtidas pelos celulares (67) 9235-8401/9988-5352 no e-mail coletivomboitata@hotmail.com ou no Facebook.

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