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Artes

Na temporada do Chapéu primeira encenação é na antiga rodoviária de Campo Grande

Luciana Brazil | 21/08/2012 16:31
Do lado esquerdo, homem interrompe a cena, mas atores tiram de letra. (Foto:Minamar Júnior)
Do lado esquerdo, homem interrompe a cena, mas atores tiram de letra. (Foto:Minamar Júnior)

No meio da apresentação, um homem embriagado interrompe a cena. O que poderia ser um problema, no teatro de rua pode ser reinventado. A peça continua, forma e texto se encaixam. A curiosidade do público aumenta, e o grupo teatral de rua 1/2 Fio segue a apresentação.

A intervenção “Contos da Biboca” foi encenada no início da tarde de hoje, nas calçadas do antigo prédio da rodoviária, em Campo Grande.

A ação faz parte da 3° Temporada do Chapéu que começou ontem. O evento é organizado pelo grupo Teatro Imaginário Maracangalha, que comemora no dia 25 de agosto seis anos de trabalho.

A idéia do “Chapéu”, que nasceu em 2009, era colocar o teatro de rua no calendário das comemorações do aniversário de Campo Grande. “O teatro de rua não podia ficar de fora, tive que inventar a temporada”, disse o diretor do grupo Fernando Cruz, 49 anos, e que desde os 18 anos se mistura nas cenas.

A Temporada do Chapéu pretende ocupar ruas, praças e feiras, ampliando o acesso às formas de artes públicas, além de protestar a falta de incentivo do poder publico e privado.

Serão realizados, hoje e amanhã, seminários e performances, além do cortejo de São Genésio, padroeiro dos atores.

O Maracangalha ainda aproveita a temporada para comemorar também o aniversário do grupo. “São duas coisas bem importantes para nosso nós”.

Nos dois primeiros anos de iniciativa, 2009 e 2011, apenas o grupo participava, mas dessa vez outros três grupos estão na temporada.

 Na temporada do Chapéu primeira encenação é na antiga rodoviária de Campo Grande

O teatro de rua, segundo Fernando, possibilita o acesso à cultura, além fazer crítica ao sistema econômico em que vivemos. “O público é receptivo e não pode ser subestimado”.

Sem parcerias e sem apoio a temporada do Chapéu vive apenas de colaboradores. “A arte não é mercado é um produto cultural. A arte tem que ser financiada para que a população tenha acesso. O teatro de rua possibilita essa experiência para todos os públicos”.

“As pessoas se sentem parte das intervenções e a rua traz esse improviso”, disse o diretor e fundador do 1/2 Fio, Emmanuel Mayer, 28 anos, sobre ter sido interrompido em cena.

Com texto próprio, mas sob influência do escritor Plínio Marcos, censurado na ditadura militar, o grupo 1/2 Fio, junto desde março, já está no segundo sinal – intervenções teatrais. “É como dentro do teatro. São dados três sinais sonoros, no terceiro a gente sabe que já vai começar a peça”, explica o ator Pietro Falcão, 27 anos.

No caso do 1/2 Fio , o terceiro sinal já está programado e a peça estréia no dia 12 de outubro. O grupo teve a aprovação do FIC-MS (Fundo de Investimentos Culturais) do Estado do Mato Grosso do Sul.

Programação: Hoje, às 20h o Grupo de Risco se apresenta na Feira do bairro Coophavila II. Amanhã o circuito de rua começa no camelódromo, às 12h. A noite, o grupo Flor e Espinho se apresenta com o espetáculo "Sob Controle", às 20h, na feira Central.

Na quinta-feira a primeira encenação é no Mercado Municipal, às 12h. Quem se apresenta é o grupo Maracangalha. À noite, o espetáculo começa às 20h30, no Palco Orla Morena.

Na sexta-feira as apresentações serão no calçadão da rua Barão do Rio Branco e na feira do Tiradentes.

Fim de semana também terá teatro, começando no sábado, às 18h na feira Central. Haverá um cortejo de São Genésio, saindo do bar do Zé Carioca, às 19h. Às 20h30 a intervenção será na praça Júlio Lugo.

Encerrando as apresentações o grupo de teatro Dois Espetáculos encena "Inocência", no Parque Sóter, às 18h.

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