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Artes

Lenda urbana de Ládario vira filme produzido por artesão de 70 anos

Aline Araújo | 01/08/2014 14:03
Artesão de 70 anos tem história selecionada para o revelando os Brasis.
Artesão de 70 anos tem história selecionada para o revelando os Brasis.

Com uma boa história, simpatia e muita vontade, o artesão e ex-ferroviário Sebastião de Souza Brandão foi o único representante da região Centro-Oeste a ter um projeto selecionado na última edição do "Revelando os Brasis", concurso nacional de curtas, criado para municípios com até 20 mil habitantes.

É um feito para um homem já aos 70 anos e sem a experiência do cinema. O talento ele espera revelar com o filme “Nos trilhos do trem-fantasma”, que em 15 minutos vai reproduzir uma das lendas que envolvem a instalação da Estrada de Ferro Noroeste do Brasil. “Seu Tião”, como é chamado, conta sobre um luz misteriosa, os vagões que aparecia sobre os trilhos e depois sumiam sem motivo, gerando medo e curiosidade nos trabalhadores da linha férrea.

“Essa história já existia quando eu entrei para a ferrovia, a luz que aparecia no ponto 50, todo mundo contava e eu duvidava, até o dia que eu vi”, relata. A lenda continua sem explicação, mas os detalhes da história, como o sustos nos trabalhadores, aparições de luzes e chamas pelos trilhos não perdem o brilho.

O curta será exibido em um circuito itinerante que passará pelas cidades dos participantes do concurso e capitais dos respectivos estados, além de ser transmitida pelo Canal Futura.

Seu tião na produção do curta. (Foto: Divulgação)
Seu tião na produção do curta. (Foto: Divulgação)

Morador da cidade de Ladário, Seu Tião produz violas de cocho e trabalhos artesanais em couro, por isso já era conhecido pelo pessoal da fundação de cultura do município, e foi uma amiga de lá, que sugeriu a inscrição no edital para participar do projeto, que tem o patrocino da Petrobras.

Entre 951 histórias inscritas, apenas 20 foram selecionadas. O Artesão foi ao Rio de Janeiro fazer um curso de áudio visual na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) e se preparar para escrever o roteiro e dirigir a produção. A experiencia foi única para ele. “Foi legal, aprendi muita coisa e vou levar para a minha vida inteira”, conta.

Ele gostaria de ter gravado nos trilhos originais onde a história aconteceu, porém não conseguiu a liberação das linhas, a solução foi ir até o pais vizinho, a Bolívia. A produção e filmagens duraram seis dias e foram concentradas nos trilhos localizados na região de fronteira entre Corumbá e a cidade boliviana de Puerto Quijarro.

O filme é um misto de depoimentos dos trabalhadores e encenações de como as histórias nasceram. Com paisagens tipicas pantaneiras o trilha sonora feita por 15 cururueiros e suas violas, o curta promete ter atributos suficientes para representar bem Mato Grosso do Sul nas telinhas e telonas pelo Brasil.

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