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Artes

No estilo "Tropa de Elite", policiais de MS participam de filme rodado aqui

Elverson Cardozo | 03/12/2014 06:23
Policiais reproduziram abordagem real. (Foto: Divulgação/Polícia Civil)
Policiais reproduziram abordagem real. (Foto: Divulgação/Polícia Civil)

David Cardoso, o eterno rei da Pornochanchada, está produzindo mais um filme: o “Sem Defesa”, um longa que vai abordar temas como maioridade penal, pena de morte, uso de drogas, maus tratos a crianças e mulheres, lentidão do poder judiciário, uso de células-tronco, corrupção, além de violência social.

O trabalho, que tem no elenco o próprio Davi como protagonista, conta, também, com um time de policiais da vida real, no melhor estilo “Tropa de Elite”, só que feito aqui, no Mato Grosso do Sul.

O cineasta, que assina a produção, o roteiro e a direção, conseguiu autorização para gravar com o delegado titular da primeira delegacia de Campo Grande, Wellington de Oliveira, com Miguel Said, e Ana Claudia Oliveira Marques Medina, que ocupam o mesmo cargo.

Participaram, ainda, os investigadores Juliana Neves Peres, Diana Cristina Puleo Moreira, Anderson dos Santos Rodrigues, Edilmar Luges da Silva, Walter Hugney Silva e Ricardo Moraes de Mello. No final do mês passado, eles tiraram dois dias para as gravações, que ocorreram no município de Maracaju, a 160 quilômetros de distância.

Wellington de Oliveira está acostumado com as câmeras, mas nunca havia participado de um filme. (Foto: Arquivo/João Garrigó)
Wellington de Oliveira está acostumado com as câmeras, mas nunca havia participado de um filme. (Foto: Arquivo/João Garrigó)

Ao Lado B, o delegado Wellington de Oliveira contou como foi a experiência. “Gravei aqui em Campo Grande, uma das cenas no próprio gabinete, e em Maracaju. Lá foi o dia todo, das 7h às 17h”.

Com as câmeras, Wellington diz estar acostumado, por conta das entrevistas que vive dando na televisão, mas cinema, para ele, é algo diferente, porque a produção é maior, tem marcação de cena, outros equipamentos, as incontáveis repetições e por aí vai.

Apesar disso, ele e os colegas fizeram o que estão acostumados na prática da profissão. A diferença é que, nesse dia, tudo foi de “mentirinha”.

“Fizemos uma abordagem em um local de crime, com técnica, operacionalidade, com o que precisava ser feito. Foi uma experiência ótima”, comenta, ao dizer que, no papel, interpretou ele mesmo, um delegado.

Está aí a principal vantagem, pontua, de David ter escolhido trabalhar com policiais ao invés de atores que, muito provavelmente, precisariam passar pelo que chamam de laboratório.

“Eu diria que traz, para esse ambiente cinematográfico, maior realismo à cena. Todo mundo estava caracterizado, mas não era uma caricatura de policial. Estávamos com uniforme, armamento, viatura, com o que a gente usa mesmo”, explica.

A assessoria de imprensa da Polícia Civil divulgou que a participação dos policias, autorizada pelo delegado-geral do órgão, Jorge Razanauska Neto, com o apoio do diretor Marcos Betoni, tem o objetivo de promover o marketing da instituição, reforçar sua imagem e identidade.

Welligton reforça a justificativa oficial e argumenta que isso promove não só a polícia, mas o estado que, de certa forma, passa a ser referência. Se for olhar em outros países, completa, isso já acontece.

Gravação do filme em Maracaju. (Foto: Divulgação/Polícia Civil)
Gravação do filme em Maracaju. (Foto: Divulgação/Polícia Civil)

“Em quase todos os filmes americanos, por exemplo, você vê a polícia de Nova Iorque. Em 2007 eu estive lá dando uma palestra e, conversando, eles me falaram que isso é marketing institucional”.

Wellington finaliza dizendo que a Polícia Civil de Mato Grosso do Sul participou. Se acertou ou não, o importante, na visão dele, “é que foi feito”. “Cabe às próximas gerações de policiais participar, melhorar, ter papéis de relevância, para estabelecer a imagem da polícia como uma instituição séria”, conclui.

O filme – Além de David e dos policiais da primeira delegacia de polícia da cidade, o elenco de “Sem Defesa” conta com o filho do cineasta David Cardoso Júnior, James Cardoso e Oswaldo, Oscar Magrini, Ratinho, Maurício Manfrini - o Paulinho Gogó de "A praça é nossa" - Luziane Baierle, César Filho, além de atores de Mato Grosso do Sul. Tem, ainda, depoimentos de políticos e juízes.

No longa, David interpreta um advogado, Luís Lopes Torraca, que fica paraplégico depois de um assalto.

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