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Comportamento

A atração da árvore de natal gigante na calçada de casa

Elverson Cardozo | 07/12/2012 08:30
Casa do Papai Noel fica na frente de uma casa do bairro São Francisco. (Foto: Luciano Muta)
Casa do Papai Noel fica na frente de uma casa do bairro São Francisco. (Foto: Luciano Muta)

Sebastiana Oliveira dos Santos, de 66 anos, não sabe se continua a decorar árvores por medo ou tradição. Cresceu ouvindo a mãe falar que se deixasse o hábito de lado, por um natal apenas, no ano seguinte alguém da família morreria. Como ninguém quer correr o risco, ela mantém viva a cultura que aprendeu ainda criança, na fazenda.

Há pelo menos 8 anos, a aposentada decora uma árvore na frente da casa onde mora, no bairro São Francisco, em Campo Grande. Não é um arranjo natalino comprado em loja. É uma “árvore viva”, como costuma se referir. Um pé de ficus que ela mesma plantou.

Todos os anos o ritual se repete. A decoração, inédita a cada ano, tem que estar pronta em 6 dezembro para ser retirada no Dia de Reis, celebrado no dia 6 de janeiro.

Para deixar tudo em ordem, Sebastiana não poupa esforços, nem dinheiro. Este ano, só de arranjos gastou cerca de R$ 700,00, isto porque alguns dos itens foram comprados no Paraguai.

São 80 metros de mangueiras luminosas, fora o pisca-pisca e os tecidos. A poda foi feita para deixar a árvore no formato de uma casa. Tem até “janela”. Quatro no total. Em cada uma foi colocado uma foto do bom velhinho, cercado por grandes laços vermelhos, que ela mesma confeccionou.

O TNT branco que cobre os galhos forma o telhado de neve da casinha. No topo, a estrela gigante é feita com o aro de uma bicicleta. O ornamento que decora a rua e a fachada da casa é visto de longe.

Quem mora perto fica na expectativa para ver como será a nova decoração da “casa do Papai Noel”, contou a moradora. É a atração da rua nessa época do ano. Vira cenário para fotografias.

O laços vermelhos, decoração principal deste ano, foram confecionados pela própria moradora. (Foto: Luciano Muta)
O laços vermelhos, decoração principal deste ano, foram confecionados pela própria moradora. (Foto: Luciano Muta)
Evolução da árvore de natal está registrada em fotografias. (Foto: Luciano Muta)
Evolução da árvore de natal está registrada em fotografias. (Foto: Luciano Muta)

Sebastiana não foge à regra. Registra a decoração todos os anos. A evolução do trabalho está eternizada nos álbuns fotográficos que coleciona. No início, enquanto a árvore crescia, as luzes enfeitavam um pinheiro, que morreu com o tempo.

O ficus passou a receber os adornos. Já teve natais mais coloridos. Nos últimos, a árvore ficava lotada de pequenos laços. Desta vez, evitando o esforço, a aposentada preferiu adotar o visual mais clean. Os arranjos, em menor quantidade, foram colocados espaçadamente.

O trabalho para montagem, com auxílio de escadas e andaimes, começa dias antes das luzes serem acesas. É exaustivo, mas a dona de casa não se importa. “Eu não ligo para o trabalho que dá ou em gastar. Minha maior alegria é ver as pessoas encantadas. Faço isso para ver as pessoas sorrindo, feliz”, disse.

Dona Sebastiana nunca teve árvore de natal artificial dentro de casa. Na infância, quando a mãe decorava galhos secos, ela fazia questão de sair para o quintal pendurando bolas coloridas nos galhos que encontrava.

“Nunca gostei de árvore seca. Eu saia atrás das árvores vivas. Queria ver as folhas, os galhos balançando”, relembrou.

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