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Comportamento

A geografia do corumbaense da gema que percorre o Rio Paraguai há 40 anos

Lenilde Ramos | 09/10/2016 09:04
Depois de 40 anos conduzindo navios, do Porto de Corumbá até o Rio da Prata, hoje o Comandante Bosco navega em águas mais tranquilas, com a chalana Figueirinha.
Depois de 40 anos conduzindo navios, do Porto de Corumbá até o Rio da Prata, hoje o Comandante Bosco navega em águas mais tranquilas, com a chalana Figueirinha.

Cada vez que volto ao Pantanal Park, fico mais ligada ao Rio Paraguai e com vontade de saber mais da vida dele.

Esse foi o tema da prosa à bordo da chalana Figueirinha, com o Comandante João Bosco Torres, corumbaense da gema, que percorre esse rio há 40 anos e o conhece como a palma de sua mão.

Depois de servir na Marinha, em Ladário, o comandante Bosco se engajou na Marinha Mercante, navegando desde Cáceres no Mato Grosso até o Rio da Prata e, naquela manhã de sol, me contou sua jornada.

Do porto de Corumbá, os navios saem carregados de minério de ferro, manganês, farelo de soja, entre outras cargas, passam pelo distrito de Porto Esperança, onde estávamos e pelo Forte Coimbra, encontrando de um lado o Paraguai e de outro uma das faixas que a Bolívia tem para chegar ao mar.

Já em território paraguaio, o grande rio passa pela Baía Negra, Forte Olimpo e Barranco Blanco, onde o meio divide as fronteiras do Brasil com o Paraguai.

O Rio Paraguai dá tantas voltas quanto uma sinuosa guarânia bailando entre as fronteiras até chegar em Porto Murtinho.

Dali, até a Foz do Rio Apa, ainda é Brasil, depois entra em terras paraguaias, passando por Vallemí, Concepción e Asunción, onde tive o prazer de vê-lo mais de uma vez.

Adiante, encontra o Rio Vermelho, barrento e de corredeiras agitadas que vêm da Cordilheira dos Andes colorindo suas águas e duplicando a força de sua correnteza.

Depois das ruínas do "genocídio americano" em Humaitá, acontece o grande encontro com o Rio Paraná, no Destacamento Cerrito, onde o Rio Paraguai despeja suas águas e sua história. Dali o Paraná continua seu caminho até o Delta do Rio da Prata que chega até o Oceano Atlântico.

Na chalana Figueirinha, meu pensamento voou bem longe e, como diz a canção do Almir Sater: "Viajar, viajei, viajar, viajeeeeeeeiiiii... ".

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