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Comportamento

Amor além da graça e do truque: Cecília, a filha do mágico e da palhaça

Elverson Cardozo | 27/03/2013 06:30
Cecília no colo do pai, o mágico Rick Thibau. (Foto: Marcos Ermínio)
Cecília no colo do pai, o mágico Rick Thibau. (Foto: Marcos Ermínio)

Cecília ainda não sabe, mas tem um pai mágico e uma mãe que costuma ser palhaça. O desconhecimento, porém, é justificável. A menina de apenas 15 dias de vida, que pesa pouco mais de 2.800 gramas, agora é que deve estar passando dos 50 centímetros de altura. Não tem estrutura física ou psicológica para discutir coisas de gente grande. Prefere dormir.

Pelo menos por enquanto, os assuntos “burocráticos” ficam a cargo deles: Ricardo Thibau, o Rick Thibau, e Aline Duenha, o mágico e a atriz, pai e mãe, que foram agraciados com a chegada da cegonha.

Quando se casaram, em 2010, os comentários de amigos e conhecidos giravam em torno do encontro e a união inusitada de dois artistas que, até então, costumavam dividir o palco. Ela, no Circo do Mato. Ele, nas “tendas de adivinhações” Brasil afora.

Três anos depois, as brincadeiras começam a incluir Cecília, a menina que nasceu no dia 11, em uma família comum, mas que, por acaso, parece ter saído de um livro de contos infantis. Na hora do registro, nem o pessoal do cartório, acostumado às “coisas sérias”, parece ter acredito na história de que a mãe vivia de "fazer" personagens e o pai sustentava a casa com truques. Mas é verdade.

Fato é que, tirando a curiosidade, surpresa e especulações dos adultos, tanto o mágico quanto a palhaça são personagens que permeiam o imaginário da criançada. Cecília, ao que tudo indica, terá diversão em dose dupla. Mas será que ela vai seguir o mesmo caminho? Vai enxergar o fascínio do circo e perpetuar a arte dos pais?

Rick e a esposa, a atriz Aline Duenha querem uma vida de liberdade para a filha. (Foto: Arquivo Pessoal)
Rick e a esposa, a atriz Aline Duenha querem uma vida de liberdade para a filha. (Foto: Arquivo Pessoal)

A reposta, neste momento, não é o mais importante. Para o casal, é preciso “dar tempo ao tempo”. Ricardo nem pensa em forçar a filha a seguir o mesmo caminho. Aline acredita que o interesse pelo que faz será natural, mas o que mais preza é a liberdade. “E se ela for uma nerd chata?”, questiona a mãe, brincando. Se for, completa, será a escolha dela e ninguém pode dizer não.

Ricardo faz coro ao discurso da esposa e acrescenta: “O importante é ter consistência e trabalhar. A gente faz o que a gente ama, independe de ser mágico, atriz, eletricista ou marceneiro. Amamos o que fazemos e isso vai ser comunicado para ela”.

A única certeza é que Cecília, ainda um bebê, terá referências artísticas dentro de casa. As possíveis oportunidades que venham a surgir a partir disso serão consequências. É o que pensa Rick e Aline. Não é porque os pais são artistas que a filha será privilegiada.

“O que eu tenho de sonho, de vontade, é que ela possa usufruir das coisas que a gente tem e que, talvez, muitas famílias não têm, como, por exemplo, saber tocar vários instrumentos e ter uma vida bem livre”, exemplificou a mãe.

Casados desde 2010, mágico e "palhaça"  foram agraciados com a chegada da filha. (Foto: Marcos Ermínio)
Casados desde 2010, mágico e "palhaça" foram agraciados com a chegada da filha. (Foto: Marcos Ermínio)

Para o pai, a vantagem é que a garota vai crescer em um ambiente já “formatado”, onde a arte tem espaço garantido e é vista como essencial. “Ela vai conhecer a nata das coisas que a gente coletou a vida inteira”, resumiu.

Longe da graça, dos desafios do picadeiro e do mistério comum a qualquer truque, palhaça e mágico agora tem à frente uma nova missão: criar a filha para um mundo que, não fosse as boas ações e a magia da arte, seria ainda mais opaco, sem vida. Ainda bem que existem risos e boas surpresas.

Para Cecília é que hoje vai o nosso "Feliz Dia do Circo"!

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