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Comportamento

Amor que fez modelo trocar fotos por Jaraguari adoeceu em 3 meses deixando lição

Paula Maciulevicius | 13/11/2016 07:06
Anne Katiuscia Serafim de Souza tem 30 anos e viveu os últimos seis como protagonista de uma trama que parece ter saído das telas. (Foto: Marcos Ermínio)
Anne Katiuscia Serafim de Souza tem 30 anos e viveu os últimos seis como protagonista de uma trama que parece ter saído das telas. (Foto: Marcos Ermínio)

A vida de Anne daria um roteiro de novela, mas é a prova de que o enredo dá voltas e a dor muda as pessoas para melhor. De família sul-mato-grossense, Anne Katiuscia Serafim de Souza tem 30 anos e viveu os últimos seis como protagonista de uma trama que parece ter saído das telas. Depois de deixar a carreira de modelo fotográfica nos grandes centros por um amor em Jaraguari, viu a paixão adoecer em três meses e partir um ano e meio depois. Ele morreu, mas deixou um legado: de que a vida continua. Pelo menos a dela. 

Nascida em Cuiabá, tanto os familiares por parte de pai e mãe, todos moram em Jaraguari. Aos 18 anos, Anne conta que deixou o Estado de Mato Grosso do Sul para tentar a vida em Curitiba e lá trabalhou como modelo até os 24. Foi capa da Sexy, participou de programas de auditório e quando um grande projeto de "carreira solo" começava a ser traçado, o coração bateu forte.

Em 2010 ela veio passar o Natal com a família e aqui reencontrou um amor de infância. "E eu acabei ficando, voltei só para pegar minhas coisas e ele teve um AVC, devido a uma leucemia que ele tinha e a gente não sabia e acabou falecendo depois". "Vim para viver meu amor de infância e foi tudo tão rápido que fiquei sem chão", completa.

Segunda da esquerda para a direita, Anne foi capa da revista Sexy.
Segunda da esquerda para a direita, Anne foi capa da revista Sexy.

Antes de seguir a carreira de fotos para revistas, Anne fez curso de cabeleireiro e quando o amor se foi, ela encarou de frente as portas que se abriram para o trabalho em salão de beleza e seguiu na aplicação de mega hair, atendimento que ela presta em domicílio.

"Na época ele me falou: eu ou sua carreira de modelo. Não pensei duas vezes. Se eu tive arrependimento? Nenhum, em momento algum".

O recomeço foi difícil. Com o amor, ela morou três meses em Campo Grande. "É uma história de novela mesmo, mas hoje eu vejo que a vida fez sentido. Tudo o que eu passei, aquele sofrimento, foi um grande amadurecimento para a pessoa que me tornei hoje", avalia.

Como modelo, Anne se definia "fantoche", tinha que cortar o cabelo conforme orientação do empresário e colocar e recolocar próteses de silicone. "Aquele amor foi só para eu poder me reencontrar como pessoa, ser quem eu sou hoje, me descobrir como profissional. Acho que foi o gancho para me trazer para cá", reflete.

Trabalho como modelo durou dos 18 até os 24 anos.
Trabalho como modelo durou dos 18 até os 24 anos.

Realizada profissionalmente, Anne viaja todos os dias 80 quilômetros, de ida e volta para atender clientes em Campo Grande. No interior, é casada e tem dois filhos pequenos. "Através desse reencontro meu com ele, consegui me realizar. Larguei a carreira de modelo por uma paixão de infância que não deu certo, mas que me fez me encontrar profissionalmente, constituir uma família. Hoje, amadurecida, consigo ver por outro ângulo", fala.

Quando Anne conta sua história às clientes, há quem ache triste. Ela já encara de outro jeito. "Vivi o que tinha que viver, pelo tempo que foi necessário. Foi na dor que eu consegui realmente me encontrar, na dor que eu pude reconstruir, seguir em frente. Uma coisa que eu acredito: quando vem uma dor, é porque algo de melhor está lá na frente. E eu consegui fazer deste momento ruim, minha eterna felicidade".

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Sem arrependimentos, foi da dor que nasceu o sorriso. (Foto: Marcos Ermínio)
Sem arrependimentos, foi da dor que nasceu o sorriso. (Foto: Marcos Ermínio)
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