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Comportamento

Após doador desistir, família e amigos retomam campanha por medula a jovem

Paula Maciulevicius | 02/11/2013 07:08
Patrícia Oshiro Brentan, está internada em tratamento no hospital Mário Covas em Santo André, São Paulo. Ela descobriu a leucemia em maio de 2012.
Patrícia Oshiro Brentan, está internada em tratamento no hospital Mário Covas em Santo André, São Paulo. Ela descobriu a leucemia em maio de 2012.

Há alguns dias o Facebook retomou as postagens e compartilhamentos com a hashtag seguida da frase “eusouamigodapaty‬”, uma jovem de 25 anos, nascida em Sidrolândia e que desde maio do ano passado, quando descobriu a leucemia, tem a luta diária de encontrar um doador de medula óssea compatível o mais rápido possível.

O transplante era para ter sido realizado agora, em outubro. No entanto, nos exames finais, o doador compatível desistiu fazendo com que ela, a família e os amigos recomeçassem a campanha do zero.

Formada em Engenharia de Alimentos, Patrícia Oshiro Brentan, está internada em tratamento no hospital Mário Covas em Santo André, São Paulo. Quem conta a história da trajetória dela é o tio, Ademir de Sousa Oshiro, de 47 anos, de Sidrolândia.

Ele começa falando da foto que ilustra a matéria, é da sobrinha bem mais magra, expondo toda fragilidade da doença. “É uma foto que choca, mas ao mesmo tempo sensibiliza as pessoas a doarem. A hora que você olha causa um impacto”, comenta.

Os traços continuam os mesmos. Os cabelos e o sorriso é que foram embora, mas ainda não levaram a força da jovem. Nesta sexta-feira ela postou no Instragram uma imagem de Cristo e a frase de quem entregou a vida à Deus, para que seja feita a vontade superior. “Coloco-me à disposição do Teu amor, convencida de que a solução que vier é a que achaste a melhor para mim”, narra o tio.

Estudante de Direito de Brasília, Rayssa, não conhece Patrícia mas fez vídeo e lançou campanha.
Estudante de Direito de Brasília, Rayssa, não conhece Patrícia mas fez vídeo e lançou campanha.

Depois da desistência do doador, a família e os amigos compartilharam fotos e até um blog foi criado. Tudo na esperança de que a mensagem de socorro chegue a um doador compatível. “A cura no quadro dela só existe se acontecer o transplante de medula e é muito difícil você encontra 1 a cada 100 mil pessoas”, argumenta Ademir.

Em dois dias de campanha, o tio acumula nas mãos uma lista de mais de 500 pessoas dispostas a doarem, isso só em Sidrolândia. O próximo passo da família é levar a coleta do Hemosul de Campo Grande para o município. No entanto a luta deles também é contra o relógio.

Logo no início do tratamento, ainda em 2012, uma estudante de Direito de Brasília que nem conhece Patrícia pessoalmente teve a iniciativa de bolar o vídeo que leva o nome 'Patrícia Oshiro' e divulga-lo pelo Facebook. As fotografias da Paty são narradas pela jovem, Rayssa Sereno Neves, de 24 anos, que pergunta aos internautas se já presentearam alguém que não conhecem e que a chance de fazer algo diferente é presentear a Paty com 5ml do sangue no hemocentro mais próximo.

Rayssa contou que a história de Patrícia chegou através de uma amiga em comum quando ela ainda morava em Londres. “Eu não conheço e nem nunca estive com a Paty, mas tive a ideia de fazer um vídeo caseiro para que ela pudesse divulgar para as pessoas sobre o cadastro”, recorda.

Quando voltou ao Brasil, a jovem pediu que ela fizesse outro material e a ideia de Rayssa, que é fotógrafa, foi de criar uma campanha ‘clean’ mas com o intuito de passar a mensagem com fotos.

“Acho que a imagem é mais forte do que a palavra. Então pedi que ela tirasse uma foto com a frase ‘eu sou a Paty’ e as outras postariam ‘eu sou amigo da Paty’, até para que as pessoas conhecessem não só a realidade da Patrícia, mas de vários que precisam de doação”, explica.

O blog http://amigosdapaty.wordpress.com teve mais de 5 mil visualizações em dois dias. “Graças a Deus tomou uma proporção bem bacana”, comemora Rayssa. “A doação não tem custo e a Paty vai ganhar muito”, o vídeo encerra com o convite.

Para doar - O primeiro passo é se cadastrar no Hemocentro em qualquer banco de sangue. Em Campo Grande, os locais credenciados para receber é a Santa Casa, Hospital Universitário, Hospital Regional e Hemosul. Esse cadastro consiste em preencher uma ficha com os dados pessoais e coletar uma quantidade de sangue, que é enviado a um laboratório especializado para identificar as características genéticas do voluntário. Os dados são inseridos em um banco nacional, formado por doadores e receptores, para saber se essas características são compatíveis com alguém que precise da doação.

O Instituto Nacional de Sangue faz diariamente o cruzamento desses dados para saber se há alguém compatível, ou seja, com características idênticas ao da pessoa que irá receber a doação. Caso haja a compatibilidade, então é feito uma bateria de exames no doador para verificar o estado de saúde dele. Estando apto para realizar a doação, o voluntário é encaminhado a um centro transplantador, em São Paulo ou Curitiba.

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