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Comportamento

Audições emocionam noivos e são marketing de grupos que tocam em casamento

Elverson Cardozo | 19/03/2014 06:50
Som do Céu em ação. (Foto: Marcos Volkopf)
Som do Céu em ação. (Foto: Marcos Volkopf)

Por melhor que seja a gravação, pouca coisa passa perto da emoção de ouvir alguém cantando sua música preferida ao vivo. Por isso, nos casamentos, é cada vez mais comum a presença de grupos musicais. Em Campo Grande, a maioria, senão todos, realizam audições para conquistar os noivos interessados. É um espetáculo à parte, com direito a repertórios completos e muita emoção, antes mesmo da cerimônia.

As apresentações são gratuitas e duram, em média, uma hora. Acontecem, geralmente, na casa dos próprios músicos que viram, nessa forma de divulgação – a mais eficaz, dizem –, uma grande chance de se promoverem no mercado.

O curioso é que esse “marketing” é mais comum por aqui. Quase uma exclusividade da Capital. “Em outras cidades isso não existe. Aqui eles querem ver ao vivo. A gente até tentou mudar, mas o campo-grandense é muito desconfiado”.

Quem faz a observação é o tecladista Rafael Henrique Fatti, de 32, responsável pelo Som do Céu, grupo que, há 7 anos, toca em casamentos. São 9 profissionais que cantam e se dividem entre os instrumentos de sopro, corda e percussão.

As audições são realizadas todas as quintas-feiras, a partir das 19h30, em uma casa do bairro Monte Castelo. São 40 minutos de música ao vivo e 15 a 20 canções no repertório. “No final abrimos para os noivos escolher alguma”, disse, ao comentar que o público, em sua maioria, é de classe média e média alta e tende mais para as músicas tradicionais. “Não pode faltar Ave Maria cantada em vários estilos”.

Grupo Musical encanto em mais uma audição. (Foto: Cleber Gellio)
Grupo Musical encanto em mais uma audição. (Foto: Cleber Gellio)

Na Companhia Musical Encanto, a coordenadora e vocalista, Sylvia Barbelle, comenta a mesma coisa, mas conta que, apesar disso, já recebeu pedidos bem originais. “Em São Paulo, onde trabalhei, eu jamais cantaria Mercedita. Aqui eu fiz. Mas mordi a língua porque meu tecladista fez um arranjo e ficou belíssima. Foi na saída da noiva. Ela levantou o buquê vermelho, rodou e a igreja veio abaixo”, relembrou.

Foi uma exceção. Embora o perfil seja variado, a procura, em Campo Grande, é de casais que ficam entre o gosto tradicional e o popular. “A gente tenta ver o estilo da noiva antes, porque tem as românticas, tradicionais, clássicas, modernas. Selecionamos de 6 a 7 músicas”.

A amostra também acontece em uma casa, mas no Jardim dos Estados, junto com um violinista, saxofonista e um tecladista, que também canta. A vantagem, para quem faz, é divulgar o trabalho e provar que sabe fazer. Para quem assiste, o benefício é a comodidade. “O casal pode vir mais a vontade. Não precisa se produzir para assistir a gente na igreja”, destacou.

Apresentação acontece na casa da vocalista, Sylvia Barbelle. (Foto: Cleber Gellio)
Apresentação acontece na casa da vocalista, Sylvia Barbelle. (Foto: Cleber Gellio)

A Banda Elite, que “faz tudo” e toca, inclusive, em formaturas, também adota esse sistema, com formações de 3, 9 e até 20 integrantes, dependendo do serviço contratado.

Diretora do grupo, Keyla Lima Brito, de 42 anos, comenta que já tentou gravar divulgar só áudios e vídeos, mas não deu certo. “Sentimos, no decorrer do tempo, que ao vivo funcionava mais. Já tentamos mudar, mas ver o músico emociona mais. Não custa nada e vale a pena, porque dali já começa a negociar ou fechar negócio”, afirmou.

As audições são gratuitas, mas o preço para contratar grupos como esses variam de R$ 1,4 mil a 2,5 mil, podendo chegar a R$ 10 mil. O valor depende da quantidade de músicos contratados, mas costuma incluir assessoria musical e sonorização completa.

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