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Comportamento

Cadela sharpei faz de gato seu filhote e cenas do afeto viram registros fofos

Paula Maciulevicius | 04/03/2015 06:25
Cadela que era brava não só aceitou, como adotou "Bebê" em casa.  (Foto: Alcides Neto)
Cadela que era brava não só aceitou, como adotou "Bebê" em casa. (Foto: Alcides Neto)

A foto fala por si só e nos mostra o quanto os animais tem para ensinar. Há pouco mais de dois meses, a sharpei Jade, de 2 anos, apresentou um comportamento que surpreendeu a família: adotou um gato filhote que veio morar na casa que já é sua, no bairro União, em Campo Grande, desde os 40 dias de vida.

"Eu não sei porque motivo e ela é bem brava, mas desde que o gato chegou, ela acha que é filhote dela e a gente achou que ela nem fosse conseguir se adaptar", comenta a estudante Thais Martinez Peixoto, de 27 anos. "Bebê" é da mãe da estudante e logo que chegou já recebeu o carinho e a proteção de Jade. "Ela lambia, lambia e começamos a ver que ela fazia as mesmas coisas quando teve os filhotes dela: tenta ensinar eles a brincar", descreve Thais.

Assim como quando se ama a gente fica até mais doce, os animais também são contagiados e podem ficar mais dóceis. (Foto: Alcides Neto)
Assim como quando se ama a gente fica até mais doce, os animais também são contagiados e podem ficar mais dóceis. (Foto: Alcides Neto)

Jade já teve crias e conviveu os primeiros dias de vida com os filhotes. Mas sempre manteve um comportamento arredio, a ponto de quebrar a grade do portão de tanto pular quando alguém passa pela frente de casa. Nas últimas semanas, a evolução do instinto maternal fez com que até leite fosse produzido e ela amamentasse o gatinho.

"Não sei porque, mas ele começou a mamar nela. Logo no começo, minha mãe vinha e tirava ele, mas a Jade rosnava, não queria deixar tirar o gato. E ela não está prenha e nem nada", conta a estudante.

Além de dormirem juntos, a cadela mãe e o gato filhote são flagrados frequentemente em cenas de carinho que se assemelham a um abraço, o que surpreende para o bem, quem enxerga o amor ali.

"A gente sempre vê cão e gato e um correndo atrás do outro, mas aqui ela adotou ele mesmo... Ela cuida do gato do jeito que cuidava dos filhotes dela, quando ele aparece na sala, está todo lambido de tanto que ela lambeu", diz.

O que para a gente pode ser surpresa, no mundo dos pets é mais comum do que se imagina. O instinto materno também existe nos animais e as cadelas estão mais suscetíveis a isso.

Enquanto o humano resiste a aceitar o que parece diferente, as quatro patas abraçam, adotam e até amamentam se for preciso. (Foto: Alcides Neto)
Enquanto o humano resiste a aceitar o que parece diferente, as quatro patas abraçam, adotam e até amamentam se for preciso. (Foto: Alcides Neto)
O abraço é tão sincero que nenhum dos dois se intimida diante da câmera. (Foto: Alcides Neto)
O abraço é tão sincero que nenhum dos dois se intimida diante da câmera. (Foto: Alcides Neto)
Sem estar prenha, Jade mostra todo carinho de quem quer dar de mamar e ensinar filhote. (Foto: Alcides Neto)
Sem estar prenha, Jade mostra todo carinho de quem quer dar de mamar e ensinar filhote. (Foto: Alcides Neto)

"Tem cães que não têm essa rivalidade com gato, na verdade isso é imposto pelo humano, porque naturalmente eles não têm isso. É bem difícil um cão que não goste de um gato sem ter tido um estímulo negativo para isso", explica a médica veterinária Juliene Moura, de 26 anos.

Algumas cadelas, como Jade, podem ter um instinto mais aguçado e chegar a ter gravidez psicológica. "Porque o corpo começa a entender como se o filhote fosse dela mesmo. Os hormônios começam a produzir leite. Pra ela, o gato é dela, ela não entende que adotou", brinca a especialista.

Assim como quando se ama a gente fica até mais doce, os animais também são contagiados e podem ficar mais dóceis. "O amor que ela cria por aquele bichinho faz ela ficar mais receptiva até com outros animais". O caso de Jade não é isolado e nem fora do comum, mas é mais um exemplo que chega aos olhos para fazer pensar o quanto precisamos aprender com eles a aceitar, adotar e dar afeto.

Os donos que presenciarem tal cena, o aconselhado pela veterinária é que permitam que o cadela amamente, porque mais adiante, eles também vão crescer e assim como os humanos, se desligar naturalmente e aos poucos dos filhotes.

Rivalidade entre as raças parece lenda perto da troca de carinho. (Foto: Alcides Neto)
Rivalidade entre as raças parece lenda perto da troca de carinho. (Foto: Alcides Neto)
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