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Comportamento

Café da manhã, missa e churrasco marcam Festa do Divino na Capital

Paula Maciulevicius e Kleber Clajus | 08/06/2014 12:34
Há 20 anos realizada por aqui, a festa já deixou de ser apenas dos coxinenses. (Fotos: Marcelo Victor)
Há 20 anos realizada por aqui, a festa já deixou de ser apenas dos coxinenses. (Fotos: Marcelo Victor)

O domingo é de comemoração da Festa do Divino Espírito Santo. O folclore de Coxim atravessou 260 quilômetros e chegou à Capital trazendo consigo a tradição de mais de um século. Há 20 anos realizada por aqui, a festa já deixou de ser apenas dos coxinenses e quem quiser, pode chegar que a programação continua no Clube Recreativo da Funlec, no anel viário.

Na Capital, a festa começou com um grupo intitulado “Amigos de Coxim”. Famílias, que segundo o empresário Flávio Ferreira, se reuniam para comemorar as festividades da cidade, mesmo estando de fora. No calendário de celebrações, a mais importante delas conseguiu emplacar aqui também, a tradição da passagem da bandeira do Espírito Santo.

A história conta que a festa deve ter ao menos 140 anos de existência, de origem alemã, alcançou Portugal e veio junto com os colonizadores ao Brasil. Em Mato Grosso do Sul, a crença é de que a bandeira veio trazida por bandeirantes que iam até Cuiabá em busca de ouro.

Antonieta Rier, uma das precursoras da festa hoje relembra o quanto a bandeira marcou sua infância.
Antonieta Rier, uma das precursoras da festa hoje relembra o quanto a bandeira marcou sua infância.

Conforme o padre Michael Andrejzwski, o simbolismo da bandeira em si está associado ao Dia de Pentecostes, comemorado 50 dias após a Páscoa e que resulta neste domingo, dia 8 de junho. Por aproximadamente um mês, a bandeira do Divino visita casas em Campo Grande, na companhia de sanfoneiro, violeiro, taroleiro e também um grupo de casais, onde cada um ocupa uma posição: o festeiro mor, alferes da bandeira, que é o casal responsável pela bandeira e os capitães do mastro.

Em Coxim, cidade berço da tradição no Estado, a comemoração acontece em julho, mês de férias que abrigava de volta dos jovens que estudavam fora da região. Outro fator que contribuía para a escolha do mês era a cheia do Pantanal.

Antonieta Rier, de 86 anos, é hoje uma das precursoras da festa. A família dela sempre participou do evento e quando jovem, ela se recorda do esforço que fazia para sair de Cuiabá, onde estudava, até Coxim. “Tinha que pegar uma lancha até Corumbá, navio até Porto Esperança, trem para Campo Grsnde e depois seguir de caminhão de frete até Coxim”, descreve.

A simpática senhora fala com gosto de quem não se importava com os transtornos da viagem. Quando pequena, Antonieta já cantava e rezava pelas ruas acompanhando a bandeira e chegou a ajudar a construir a capela de Coxim. “Para mim essa festa tem mais de 200 anos e hoje seria interessante que o coxinense fosse lá para comemorar e que a cidade tivesse estrutura para recebê-los”, opina.

Campo-grandenses de nascença, as amigas Alessandra Goes e Elisandra Soares adotam Coxim na época da festa. Elas acabaram por incorporar a tradição e levam a família toda. “Esse é um momento de celebrar, se encontrar e agradecer a Deus por tudo o que se tem. A cada ano vem mais um pouco de gente da minha família”, conta Alessandra, que desta vez trouxe até a bisavó.

A entrada para a festa custa R$ 20.

Programação incluiu café da manhã, missa e churrasco.
Programação incluiu café da manhã, missa e churrasco.
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