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Comportamento

Casal chama atenção por estilo e cabelo "fantasia"; amor nasceu das semelhanças

Elverson Cardozo | 11/02/2014 08:35
Casamento no cartório. (Foto: Lívio Bozzano)
Casamento no cartório. (Foto: Lívio Bozzano)

Em apenas oito meses eles namoraram, noivaram e casaram-se no civil. Tudo isso aconteceu em 2013. Em abril deste ano, a fotógrafa Juslene Bueno Ratcov, de 22 anos, e o vendedor João Victor Vilhalva Ferreira, 18, vão dar outro passo: oficializar a união no religioso, perante a igreja. Eles não querem perder tempo porque, apesar de novos, os dois tem a certeza de que se encontraram.

Encontraram-se, primeiro, no amor, depois, na personalidade, na cor do cabelo, sempre bem chamativo; no gosto pela música clássica e no rock de Elvis Presley; na admiração pelas roupas retrô e objetos vintage; na paixão pelo Palmeiras e até na escolha da religião.

Eles se destacam pelo estilo e cabelo em tom "fantasia". Essa paixão surgiu, antes de tudo, da identificação. Juh e Victor, como são conhecidos, se completam e, como casal, chamam a atenção. Provam, de longe, que a maioria busca, no fundo, alguém parecido. A família e os amigos mais próximos vivem comentando que um nasceu para o outro.

Eles não duvidam, pelo contrário, têm certeza disso. O vendedor nunca pensou que fosse casar com uma mulher tão parecida com ele e, por isso, junto da cara metade, o rapaz não esconde o romantismo. Deixa claro que é um completo apaixonado.

Victor e Juh também se identificam no gosto musical. (Foto: Cleber Gellio)
Victor e Juh também se identificam no gosto musical. (Foto: Cleber Gellio)

“Foi tudo o que eu sempre quis em um pacote só. Quando eu vi ela, branca, de olhos verdes e cabelo rosa, quase chorei”, contou. A fotógrafa, que mantém a linha mais “dura”, sem muitas declarações “fofinhas”, pelo menos na frente da reportagem, às vezes se rende. “Sempre disse que ele é lindo, por dentro e por fora”, comentou.

Na rua ou em qualquer lugar, abraçados, de mãos dadas, trocando carinho, o casal desperta a curiosidade. Tem gente que pede até para tirar foto. A maioria elogia, mas também há críticas.

Muitos associam a cor do cabelo e o estilo à rebeldia, especialmente pelo fato dos dois serem evangélicos, ela, inclusive, filha de pastor. Já foi pior, comentou, mas os amigos mais próximos e até o pessoal da igreja se acostumaram.

Da esquerda para direita: Victor e Juslene e os pais, José e Janete. (Foto: Cleber Gellio)
Da esquerda para direita: Victor e Juslene e os pais, José e Janete. (Foto: Cleber Gellio)

O caráter, afinal de contas, permanece o mesmo. “Viram que eu não mudei. Só pintei o cabelo”, disse Juslene. Os pais da jovem aprenderam, desde cedo, a lidar com os comentários e, por isso, batem na tecla que o cabelo não muda a personalidade de ninguém e que, na Bíblia, não a nada contrário a isso.

Para a mãe, a dona de casa Janete Bueno da Silva Ratcov, de 46 anos, Juh encontrou o marido ideal. “O dia que eu vi, falei que era ele”, afirmou. Na avaliação do pai, o supervisor de vendas José Antônio Raticov, 46, os pombinhos se identificam.

Identificam-se na personalidade, tem os mesmos gostos, mas evitam os rótulos como o de “casal moderno”, por exemplo. Juslene não gosta de se definir. Acha que isso limita o ser humano. Victor pensa da mesma forma. Os dois preferem viver.

O início - Para quem se espantou com a velocidade na evolução desse namoro que, em pouco tempo virou casamento, é bom saber que o primeiro beijo do casal, acredite, demorou 4 anos para sair. Isso mesmo.

Essa história começou, na verdade, em fevereiro de 2009, quando ele a viu pela primeira vez, na pista de dança, no aniversário de uma amiga em comum. João tinha apenas 13 anos, mas, apesar da pouca idade, teve a certeza, a partir daquele momento, de que aquela garota, com cabelo pintado de rosa, que nem olhava para o lado, era a sua alma gêmea.

Inseguro, ele não teve coragem de se aproximar, nem para dizer um “Oi” e iniciar uma conversa. Perdeu a oportunidade. Ela, 4 anos mais velha, com 17, não notou a presença dele. Foi embora mais cedo, sem se dar conta de que o pré-adolescente apaixonado existia.

Amor surgiu da identificação. (Foto: Arquivo Pessoal)
Amor surgiu da identificação. (Foto: Arquivo Pessoal)

O coração do menino, coitado, dá até para imaginar, ficou em pedaços, mas, mesmo assim, “doente de amor”, Victor não teve coragem de correr atrás para tentar saber quem era aquela menina.

Reencontro e desencontros - Sofreu sozinho, enquanto Juslene levava a vida sem nenhum peso na consciência, até que um dia, em 2012, quatro anos depois, o reencontro aconteceu, mas, desta vez, foi virtual. Ela comentou na foto de uma amiga no Facebook. Ele viu e logo a adicionou.

Os gostos comuns aos dois deram o tom das primeiras conversas. Foi com a menina do cabelo rosa, àquela altura azul, que ele se encorajou e resolveu pintar as madeixas de branco. Da amizade que, desde o início foi bem colorida, nasceu um grande amor.

Os desencontros marcaram o início dessa história. Desde a festa de aniversário, em 2009, eles ficaram longe por quatro anos. Quando, finalmente, se encontraram, na internet, Juh morava em Curitiba, no Paraná, e, por isso, não botou muita fé no romance, mas as coisas, por lá, não deram certo.

Eles dispensam os rótulos e dizem que gostam de viver. (Foto: Arquivo Pessoal)
Eles dispensam os rótulos e dizem que gostam de viver. (Foto: Arquivo Pessoal)

Ela voltou a Campo Grande, justo no mês em que ele foi passar as férias em Corumbá. Quando Victor retornou, foi a vez dela de ir visitar uma amiga em Dourados. Parecia que nada ia dar certo, mas os dois persistiram, até que tudo começou a se encaixar.

Deu certo - A primeira conversa, cara a cara, só foi ocorrer em fevereiro do ano passado, no cinema. O primeiro beijou rolou na saída e, a partir daí, essa “obra” só ganhou novos capítulos.

Dez dias depois, os dois começaram a namorar. O noivado veio após dois meses, em junho. O casamento civil aconteceu em outubro do mesmo ano. Agora, em abril, eles pretendem oficializar a união no religioso.

Casamento - A noiva que, no cartório, apareceu de vestido branco, com o cabelo vermelho fantasia, sapato e buquê azul, não conta como vai entrar no salão de festa daqui a 2 meses, mas diz que a pergunta que mais tem ouvido é sobre a cor do vestido.

Reencontrou aconteceu após 4 anos, mas casamento saiu em apenas 8 meses. (Foto: Lívio Bozzano)
Reencontrou aconteceu após 4 anos, mas casamento saiu em apenas 8 meses. (Foto: Lívio Bozzano)

Ela não dá detalhes, mas adianta que a Marcha Nupcial já está fora do repertório. O tema será retrô. Falta pouca coisa, apenas alguns itens antigos para decoração e o carro para levá-la ao altar. Juslene quer um modelo antigo, azul.

Se alguém tiver interesse em ajudar o casal, basta enviar um e-mail ao Campo Grande News: redacao@campogrande.com ou redacao@news.com.br

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