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Comportamento

Casal deixa o amor registrado em ponte, coloca cadeado e joga as chaves fora

Paula Maciulevicius | 31/07/2013 06:23
No Parque, a ponte ganha, quem sabe, o primeiro de muitos cadeados que trancafiaram histórias de amor. (Fotos: Cleber Gellio)
No Parque, a ponte ganha, quem sabe, o primeiro de muitos cadeados que trancafiaram histórias de amor. (Fotos: Cleber Gellio)

Ele, Renato Pavan, 27 anos. Ela, Vanessa Feitosa, 28. O casal que literalmente colocou o amor na ponte, trancou o cadeado e jogou as chaves no lago que água nenhuma vai trazer de volta. No Parque das Nações Indígenas, quem sobe em direção à concha acústica se depara com um cadeado na parte baixa da grade, do lado esquerdo. Na gravação está o nome do casal e a data. Mais um dia 12 que está trancafiado.

O presente foi uma ideia dela, tirada das pontes tradicionais da França e da Itália, que acumulam histórias de amor e de quem se apega a todos os símbolos na tentativa de tornar o que é bom eterno. Nomes de casais, cadeados e chaves no fundo dos rios. A escolha pelo Parque coincidiu de ter uma ponte e ser lugar marcado na vida deles. A verdade é que há quatro meses eles trocam presentes em todos os dias 12. Mas a história vem de muito tempo, numa época em que o casal não se ligou muito nos sinais que a vida tentou mostrar.

Mulher quando coloca uma coisa na cabeça, não há nada no mundo que consiga tirar. Assim foi o último dia 12 de junho, que coincidentemente era o Dia dos Namorados. Do início da manhã até o fim da tarde, Vanessa percorreu lojas de utilidades, um chaveiro dos mais antigos e por fim a ótica que pode gravar os nomes para eternizar o momento.

Lá desde o dia 12 de junho, o presente foi ideia dela, baseada nas pontes mundo afora.
Lá desde o dia 12 de junho, o presente foi ideia dela, baseada nas pontes mundo afora.
Juntos há quatro meses, a história deles já estava 'fechada' há cinco anos.
Juntos há quatro meses, a história deles já estava 'fechada' há cinco anos.

“Uma coisa mais significativa do que o valor econômico e não foi fácil achar o cadeado”, conta ao Lado B. Entre os primeiros vistos, as logomarcas impediam a escrita de Renato e Vanessa. Foi o chaveiro que mostrou o mais potente e também o que tinha um dos lados lisos. Pronto. Ali estava materializada a ideia do coração que só abre com uma única chave.

Na noite do dia 12, ela pediu para que ele a pegasse em casa mais cedo, antes do jantar, par que desse tempo de chegar ao Parque antes do fechamento. Sem que Renato tivesse o presente nas mãos, ela pediu que ele escolhesse um dos lados da ponte. Ele optou pelo direito e só entendeu o que era quando se deparou com o cadeado. “Ele fechou e jogou a chave fora”, ela prossegue a história.

O medo foi que o símbolo do amor dos dois fosse tirado. Por vandalismo ou pela própria administração do Parque. “Seria legal se as outras pessoas colocassem também, vai que vira uma atração”, sugere Vanessa.

A ideia foi dela, mas quem mais cuida é ele. Renato já foi ao parque mais vezes do que a namorada só pra ver se o cadeado continua lá. “Como é difícil de enxergar, quando eu venho vindo me pergunto putz será que tiraram? Alguém arrancou?”. Mas não Renato, ele ainda está como a história de vocês, firme e forte.

Mas afinal, o que significa ter os nomes gravados num cadeado na ponte do Parque? “É muito pouco tempo, mas eu tenho a sensação de que a gente está há muito tempo junto. A nossa história começou cinco anos atrás e quando eu tive a oportunidade de ter de novo, eu senti que tinha alguma coisa com ele naquele momento. Naquela época eu não tinha como dar mais importância, se eu tivesse dado mais atenção aos sinais, a gente podia estar há tanto tempo junto. Isso simboliza o que vem pela frente”.

Que as histórias de amor que os cadeados espalhados mundo afora trancafiam que o diga, tudo vem ao seu momento.

“Agora tem uma coisa, eu procuro prestar mais atenção nos sinais”, diz ela. “Jogar no lago simboliza que é para ficar ali mesmo fechado. Mesmo se a gente terminasse, eu não voltaria para tirar o cadeado”, finaliza ele.

Para fazer suspirar qualquer um. O cadeado sela o amor do casal que trancou a história e jogou as chaves fora.
Para fazer suspirar qualquer um. O cadeado sela o amor do casal que trancou a história e jogou as chaves fora.
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