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Comportamento

Casamento cancelado depois de festa preparada leva noivos à Justiça

Mariana Lopes | 02/03/2013 11:00
Quando a festa está armada e o sonho acaba antes de ser realizado (Foto: Luciano Muta)
Quando a festa está armada e o sonho acaba antes de ser realizado (Foto: Luciano Muta)

Data marcada, festa pronta, parentes e amigos convidados, casa comprada e mobiliada. Tudo pronto para o dia tão esperado, rumo ao altar, à união eterna. Mas de repente, uma onda forte vem e desmancha o castelo de areia antes mesmo do sonho se concretizar. Cancela festa, avisa os convidados, coloca a casa à venda... Tudo para minimizar o prejuízo. Mas e o dinheiro que já foi investido?

Isso não é coisa só de novela e, por sinal, é bem mais comum acontecer do que se imagina. Casos assim já renderam até mesmo processos na Justiça, com direito a indenização e tudo.

Em outubro do ano passado, uma jovem aqui de Campo Grande processou o ex-noivo por desmanchar o compromisso um mês antes da data do casamento e ganhou indenização no valor de R$ 15 mil por danos materiais.

Quando o fim não é algo decidido em comum acordo pelo casal, a situação sempre é mais complicada para quem foi “largado”, e piora ainda mais quando se trata de quem arcou com todo o gasto da festa ou com pelo menos boa parte dele.

Nesta semana, a história se repetiu na Capital. Um homem foi condenado a arcar com 50% dos valores que a ex-noiva gastou com os preparativos do casamento. O bate-boca judicial ganhou ares de barraco. Padrinhos viraram testemunhas e o processo durou 2 anos.

Ela, grávida, fez o papel de vítima diante do rompimento repentino em fevereiro de 2010. Disse que desistiu de cursar faculdade de Moda em São Paulo para investir na nova família, que pegou empréstimo de quase R$ 16 mil para bancar festa, convites, enxoval.

Ele, não economizou no ataque. Acusou a ex-noiva de infidelidade, humilhações e noitadas com as amigas, sempre voltando para casa com forte odor de álcool.

Letícia e o noivo, Robson (Foto: Arquivo pessoal)
Letícia e o noivo, Robson (Foto: Arquivo pessoal)

O Lado B fez uma enquente com noivos que já estão bem pertinho de dar o sim definitivo, para saber qual seria a reação, caso o compromisso terminasse assim, de uma hora para a outra. Mas não encontrou nenhum casal que tivesse essa ideia maligna, ou justa, depende do ponto de vista.

Com cerimônia e festa marcadas para o dia 13 de julho deste ano, Letícia Laguilhon, 30 anos, garante que jamais faria algo parecido porque os custos já foram rateados. “Nós dois investimos dinheiro, então ficaria cada um com o seu prejuízo”.

Para ela, a situação está relacionada mais a vingança do que a realmente o fato de se sentir injustiçado. “A outra pessoa se sente com a honra ferida e de certa maneira quer se vingar, mas isso é bobagem”, opina Letícia.

Bem resolvida, ela até conta que conversa muito sobre o assunto com o noivo. “Ele diz que tudo o que construímos juntos vai ficar comigo, caso a gente se separe, mas eu discordo, acho que tem que dividir”.

Rayane e Lenardo, no dia do noivado (Foto: Arquivo pessoal)
Rayane e Lenardo, no dia do noivado (Foto: Arquivo pessoal)

Thiago Morilha, 28 anos, e Marina Belini, 30 anos, vão se casar em setembro deste ano e compartilham da opinião de que, se caso terminarem, o dinheiro será o de menos. “Acho que primeiro eu iria tentar resolver as dívidas que fizemos juntos, conversar e encontrar uma solução que não traga mais traumas a nós, porque deve ser difícil um momento momento assim”, pondera o noivo.

Marina complementa de forma romântica. “Estamos falando de um sonho que foi destruído, uma vida que já tinha sido sonhada e o dinheiro não vai pagar isso”.

Thiago e Marina (Foto: João Garrigó)
Thiago e Marina (Foto: João Garrigó)

Rayane Abreu, 25 anos, é um pouco mais prática. “Toda relação está sujeita a acabar, é um risco que o casal assume quando decide planejar um casamento e organizar uma festa”, diz.

Por isso, ela é bem firme na opinião. “Acho errado entrar na Justiça por causa disso. A gente não casa querendo terminar, mas ninguém assina contrato de união eterna”, dá a dica. Rayane sobe ao altar no dia 23 de novembro.

Mas já pensou se a moda pega?

A resposta vem do noivo de Marina: “As pessoas vão começar a entrar na Justiça contra quem elas já tiveram um relacionamento para reaver o que se gastou em festas, jantares, viagens... Não rola”.

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