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Comportamento

Catador encontra cheque, não sossega até achar o dono e ainda divide recompensa

Ângela Kempfer | 31/10/2013 06:15
Cheque foi encontrado no chão, em frente de agência do Banco do Brasil
Cheque foi encontrado no chão, em frente de agência do Banco do Brasil

A história é simples, sem maiores dramas, mas surpreende pelos personagens envolvidos e a dedicação à honestidade. De um lado, um senhor humilde, analfabeto, catador de latinhas e guardador de motos no Centro de Campo Grande. Do outro, um produtor rural de 88 anos.

O mais rico perdeu um cheque, no valor de R$ 1.395,00. O mais pobre encontrou o papel no chão, na movimentada rua Marechal Rondon. O valor era o pagamento do salário de um peão de fazenda, que logo deu conta da perda e o cheque acabou sustado pelo patrão.

Sem saber das providências, o catador de latinhas não sossegou até encontrar o dono do dinheiro. Pediu ajuda a um funcionário do Banco do Brasil, na agência onde costuma trabalhar também como guardador de motos no período da manhã.

Naelcio Tribianne, de 29 anos, resolveu colaborar e depois de algumas ligações chegou ao número do telefone do pecuarista Evangelino Ladislau da Silva. Por fim, o bancário garantiu o encontro dos dois e o cheque acabou nas mãos do dono.

“Eu tinha sustado o cheque, nem me importava. Mas fiz questão de ir até lá, porque o senhor que encontrou merecia um agradecimento. Ele poderia ter trocado, ter feito negócio com ele. Não tem mais gente assim no mundo”, comenta Evangelino.

Infelizmente, a história não tem o personagem principal. O catador costuma rodar a cidade procurando material reciclável e não foi encontrado pelo Lado B.

Mas o pecuarista fala um pouco da impressão que teve ao conversar com o homem. “Parecia que ele não queria ficar com alguma coisa que não era dele. Poderia ser até uma coisa sem valor, mas era de outra pessoa, por isso ele sentia que tinha de devolver”.

O bancário que participou da busca pelo dono do cheque também ficou surpreso com o interesse do guardador de motos. “Ele é humilde, mas não desistiu. O mais interessante é que depois o dono deu uma recompensa para ele de R$ 50,00 e ele me procurou para dar R$ 25,00 para mim, por ter ajudado”, conta.

Naelcio diz que o “mais engraçado” foi que a gratificação surgiu em um momento de extrema necessidade. “Acordei pensando que precisava de dinheiro hoje para pagar um livro da faculdade. Não tinha de onde tirar. E foi justamente os R$ 25,00 que recebi do senhorzinho. Pedi muito a Deus e ele atendeu”, comenta.

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