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Comportamento

Céu ficou limpo para Superlua e em estrada rural, fenômeno foi ainda mais belo

Paula Maciulevicius | 15/11/2016 07:05
Lua foi super guia na noite de trilha dessa segunda-feira. (Foto: Antonio Arguello)
Lua foi super guia na noite de trilha dessa segunda-feira. (Foto: Antonio Arguello)

Todos à espera da sua chegada. A torcida foi grande e o céu atendeu aos pedidos. Ela chegou discreta, distante daquela Superlua tão anunciada, escondida de tudo e de todos. Passado das 19h, o céu ganhou peso, por insistência e teimosia dela. A maior preocupação da noite dessa segunda-feira era de que as nuvens impedissem a Superlua de brilhar em Campo Grande. 

O que explica o fenômeno é a distância tão próxima entre a Lua Cheia e a Terra. Desde 1948, ela não chegava tão pertinho da gente e a próxima vez? Só lá em 2034. Como quem entende que a visita demorará para voltar, ela arrombou a porta do não, mandou para longe as nuvens e encantou no céu. 

Acompanhados pelo Sopa de Pedra Agência de Turismo e Aventura, o Lado B a viu chegar ainda no caminho para um trekking noturno para a Associação Nova Era, antiga fazenda Cerro Porá, na direção de Sidrolândia. Mais do que vê-la, a gente queria era ter os pés iluminados por ela, o que foi possível em determinados trechos, sem nenhum sinal de lanterna, pela trilha das estradas rurais da região. O percurso de nove quilômetros fazia os caminhantes, chamados de trekkers, encararem subidas e descidas guiados por ela. 

No alto do céu, quando se fez presente sem timidez. (Foto: Antonio Arguello)
No alto do céu, quando se fez presente sem timidez. (Foto: Antonio Arguello)
Enquanto subia, (Foto: Antonio Arguello)
Enquanto subia, (Foto: Antonio Arguello)
De vários ângulos. (Foto: Antonio Arguello)
De vários ângulos. (Foto: Antonio Arguello)

Já no alto do céu, o tamanho não parecia o mesmo da primeira aparição e a distância já ditava passos bem mais largos. Mas nem por isso a lua perdeu a graça. Veterinária, Miwa Fabiane, de 26 anos, resume que ali - no trajeto - tinha tudo o que precisava.

"Sabe quando você precisa daquele momento de silêncio, lua cheia e boas companhias?", pergunta. A resposta, ela mesmo dá. "É para refletir, pensar na vida, ouvindo só os barulhinhos da noite do meio do mato. À noite as coisas esclarecem mais", acredita. 

Fotógrafo e professor de Fotografia do Senac, Antônio Arguello Neto, até pode brincar de fazer dia. "A lua cheia é tão clara que com a ajuda de uma câmera um pouco melhor, se consegue fazer fotos que parecem de dia", comemora. 

Luminosidade junto de uma boa câmera possibilitaram fotos "quase que de dia". (Foto: Antonio Arguello)
Luminosidade junto de uma boa câmera possibilitaram fotos "quase que de dia". (Foto: Antonio Arguello)

O percurso nos levou até a Chácara Paraíso, para um café colonial regado a luz da lua. Dona Maria, proprietária da chácara, junto da sócia Marlene, foi quem preparou a vasta mesa com produtos da região. Bolo, biscoito, queijo, curau, arroz doce, suco de tamarindo e até garapa fez a alegria de quem descansou dos quilômetros já andados. "Tudo o que você está vendo foi produzido aqui", se orgulha dona Maria Dias, de 47 anos. 

Educadora física e guia do Sopa de Pedra, Elijane Coelho explica que a intenção já vinha de dois meses atrás, de fazer uma trilha noturna e quando a notícia da Superlua veio, a oportunidade era perfeita. 

"Pelo encantamento da lua, a luminosidade dela já é um próprio atrativo. As pessoas têm um encanto e gostam de admirá-la e foi a oportunidade de aproveitar o fenômeno da natureza se inserindo na natureza", afirma Elijane. 

Elijane Coelho, do Sopa de Pedra, trilha levou para natureza quem queria acompanhar fenômeno dela. (Foto: Antonio Arguello)
Elijane Coelho, do Sopa de Pedra, trilha levou para natureza quem queria acompanhar fenômeno dela. (Foto: Antonio Arguello)
De branco, no centro, Fabiane junto do marido e de amigos. Ela foi mesmo mancando. (Foto: Antonio Arguello)
De branco, no centro, Fabiane junto do marido e de amigos. Ela foi mesmo mancando. (Foto: Antonio Arguello)

E teve até quem não sentisse a perna mancar, movida pela Superlua. Empresária, Fabiane Boniatti da Silva, de 36 anos, caiu de bicicleta alguns dias atrás numa trilha. Acompanhar a Lua Cheia ainda não estava nos planos na data da queda e mesmo mancando, Fabiane decidiu que nada atrapalharia seu encontro com o brilho da noite. 

"Eu não tinha planejado ainda, mas não podia perder esse momento. Pensa, 70 anos? Me dá palpitação de ficar em casa quando tem alguma coisa especial assim", conta. Com o marido e um casal de amigos, parte do trajeto ela foi no carro de apoio e onde podia andar, seguiu caminhando.

E ao ver a lua, a perna até curou. A sensação era uma só: gratidão. "Primeiro pelo dom da vida. Eu tenho um lema, minhas amigas até sabem que é: viva a vida. Eu falo isso para todo mundo, eu vivo a vida. Viva você a vida. É um marco essa frase em tudo o que eu faço, então eu procuro transmitir isso para as pessoas e este é um momento de viver a vida, de desfrutar da natureza, de estar com meu esposo, meus amigos, estar em contato com Deus". 

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Caminho que levava para o café colonial. (Foto: Antonio Arguello)
Caminho que levava para o café colonial. (Foto: Antonio Arguello)
De gratidão ou de reflexão, lua fez nascer poesia em cada um. (Foto: Antonio Arguello)
De gratidão ou de reflexão, lua fez nascer poesia em cada um. (Foto: Antonio Arguello)
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