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Comportamento

Clientes fazem vaquinha e compram moto para funcionário depois de roubo

Ângela Kempfer | 07/03/2014 06:22
Joandro com a moto comprada depois de vaquinha de clientes. (Foto: Cleber Gellio)
Joandro com a moto comprada depois de vaquinha de clientes. (Foto: Cleber Gellio)

Recompensa não é para qualquer um. O funcionário tem de ser atencioso, saber o que o cliente gosta e não se importar com quem é super exigente. Se cumprir esses passos sem reclamar, é possível que a ajuda venha na hora do aperto.

Depois de sete anos servindo praticamente todas as manhãs a mesma mesa, Joandro Reis ganhou nesta semana uma moto. A antiga foi roubada em fevereiro e a história comoveu amigos que todos os dias se encontram para tomar café na padaria onde o rapaz trabalha.

A “Mesa VIP”, como o grupo foi batizado pelos funcionários, tem cerca de 30 pessoas, entre empresários, engenheiros, médicos, dentistas, advogados e pecuaristas. Nem todos os dias esse monte de gente aparece, mas a reunião é sagrada, mesmo que seja pequena.

Ali eles começam o dia conversando sobre de tudo um pouco e dando risada. Depois, cada um segue o caminho para o trabalho.

Um deles avisa que ninguém quer aparecer por conta da doação, mas aceita falar desde que o nome não seja divulgado. “A gente doou porque gosta do Joandro, não para se promover. O menino é super esforçado, pai de família, trabalha em dois lugares, madruga para abertura da padaria. É um reconhecimento ao funcionário que ele é”, justifica o empresário, dono de um restaurante da cidade.

Ele lembra que quando os amigos ficaram sabendo do roubo, na hora pensaram em ajudar. “Cheguei na mesa e falei o que tinha acontecido com o Argolinha (apelido de Joandro por conta de um brinco). Então, quem podia ajudar colaborou com R$ 500,00 e conseguimos comprar a moto.” Quando soube da notícia, ao ser chamado em um canto da padaria,

Joandro chorou e, depois, até no Santuário de Perpétuo Socorro foi para agradecer.
Mas não foi a primeira vez que alguém do grupo entrou em ação. Além da caixinha de dezembro para alguns “eleitos”, há dois anos, outro garçom conseguiu o apoio financeiro quando mais precisava.

“Comecei a fazer Arquitetura e quando vi a lista de materiais, ‘nossa senhora’! Era cara e eu tinha acabado de sofrer um acidente. Graças a Deus, consegui os materiais de graça”, conta Ivan Cavalcante, sobre a doação que também partiu da Mesa VIP.

Apesar das doações acabarem públicas, graças a “rádio corredor”, não há concorrência para agradar a mesa generosa.

Os dois colegas são os únicos que servem o grupo, considerado super exigente. Rapidez, pão crocante, temperatura do café, ponto do sanduíche, tudo tem de estar 100%. “A gente sabe que eles cobram qualidade mesmo, mas acho certo, tem que ser assim com todo cliente”, comenta Joandro, agradecido.

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