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Comportamento

Com estilos criativos e inusitados, rolimãs viram brinquedos de universitários

Os alunos trabalharam duro para criar os melhores carrinhos e garantir boas notas no final do semestre

Eduardo Fregatto | 18/06/2017 07:25
Cada grupo de estudante criou o próprio conceito de carrinho, com materiais, dimensões e especificações diferentes. (Fotos: André Bittar)
Cada grupo de estudante criou o próprio conceito de carrinho, com materiais, dimensões e especificações diferentes. (Fotos: André Bittar)

Ontem de manhã, o estacionamento B da Universidade Católica Dom Bosco, em Campo Grande, se tornou uma pista para carrinhos de rolimã. A disputa, promovida pela instituição, integra alunos dos cursos de Engenharia Mecânica, de Controle e Automação, Elétrica e de Computação faz parte das aulas da disciplina “Introdução à Engenharia”.

Os acadêmicos tiveram a tarefa de construir, do zero, um carrinho completo. Muitos criam conceitos e estilos criativos, sem esquecer das questões técnicas e de segurança. E o vencedor não é quem chega primeiro, mas sim quem realiza a melhor descida no estacionamento.

Um dos carros que mais chamou atenção foi o idealizado pelas amigas Clara Gonçalves, 18 nos, Ariany Dias, 19, Isabela Braz, 17, junto do amigo Gabriel Hiroaki, 18. O carro rosa, intitulado "Penélopes e Biel", foi inspirado na personagem Penélope Charmosa, do desenho animado "Corrida Maluca". A ideia era combater alguns estereótipos.

Clara, Ariany, Isabela e Gabriel com o carrinho rosa que chamou atenção.
Clara, Ariany, Isabela e Gabriel com o carrinho rosa que chamou atenção.
Eles intitularam o projeto como "Penélopes e Biel" e se inspiraram na Penélope Charmosa.
Eles intitularam o projeto como "Penélopes e Biel" e se inspiraram na Penélope Charmosa.

"Nós somos um grupo de meninas na Engenharia, e muita gente ainda acha que mulheres não sabem pilotar, então projetamos esse carro rosa. Deu muito trabalho, não é fácil [construir]", conta Clara. O piloto escolhido para descer a rampa foi Gabriel. "Nós três somos estabanadas, mas o Gabriel vai pilotar o carrinho quebrando outro tabu: o da masculinidade, para mostrar que homem pode pilotar um carro rosa", brinca a estudante.

Outro carrinho com diferencial foi o criado pelos amigos Mateus Henrique Lima, 19, Renan Bregochi, 17. Jenilson Cruz, 18, Pedro Henrique Cerbino e Maurício Cerioli, 17. Com 22 quilos de chapa, o carrinho é todo fechado e ganhou patrocínio da empresa de engenharia e eletrônica Bosch. "Foi muito bom, a gente conseguiu até o interessa da empresa", exclamou Mateus.

Muitos dos participantes também receberam a ajuda dos pais, que tiveram uma infância mais ligada ao universo dos rolimãs. O mecânico Aguinaldo Santana, 50 anos, foi quem mais auxiliou o filho, Vinícius Cardoso, de 17. Juntos, eles criaram um carrinho cheio de sensores - incluindo um bluetooth na parte da frente. "O sensor de ré manda as medidas em polegadas e em centímetros para o celular", explica o acadêmico.

"Foi muito bom trabalhar juntos, apesar que discutimos muito em algums pontos do projeto. Meu filho é muito detalhista", conta o pai, rindo. "Acho que toda criança já brincou com rolimã, era muito comum", aponta.

Alguns estudantes desceram com grande velocidade.
Alguns estudantes desceram com grande velocidade.

Um dos professores dos cursos de Engenharia da UCDB, Bruno Rosa, explica que vários critérios são analisados durante o julgamento das descidas. Entre eles, a estética e conceito do carrinho, equipamentos de segurança, dimensão, sensores e outros pontos técnicos. "A construção dos carrinhos envolve muita pesquisa e, no final, os alunos entregam um artigo científico sobre o projeto", revela, falando da importância da brincadeira para a formação dos estudantes.

Ao final da primeira descida, a equipe das Penélopes e Biel não haviam conseguido boas notas. "Foi muito ruim, ela ficou nervosa na hora de empurrar. Mas agora vai", prometeram. Ao todo, cada carrinho de rolimã fez duas descidas. Depois, 10 foram selecionados para testes de frenagem e os cincos melhores fizeram uma última descida, juntos. Um dos 5 finalistas será nomeado vencedor, após alguns dias de apuração.

E, o mais importante, os vencedores irão ganhar algo mais importante que troféus: notas altas no boletim.

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O projeto de Mateus, Renan, Jenilson, Pedro e Maurício conseguiu até patrocínio de empresa de engenharia.
O projeto de Mateus, Renan, Jenilson, Pedro e Maurício conseguiu até patrocínio de empresa de engenharia.
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