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Comportamento

Com exposição nas redes sociais, tendência é closet lotado e roupas encalhadas

Anny Malagolini | 29/10/2013 06:07
A publicitária assume que usa apenas 1/3 do que tem no closet (Foto: João Garrigó)
A publicitária assume que usa apenas 1/3 do que tem no closet (Foto: João Garrigó)

A frase clássica da mulherada “eu não tenho roupa”, na maioria das vezes não se confirma nos armários, que vivem lotados, cada vez com mais peças encostadas. Hoje em dia então, são tantas fotos na balada, em casamentos, que a exposição no Facebook e do Instangram deixa a mulherada louca diante do desafio de não sair na foto de hoje com a cara da semana passada.

A publicitária Lara Miranda, de 25 anos, assume: “Devo usar só 1/3 das peças que tenho”. O closet vive cheio e hoje ela soma cerca de 150 roupas. “Sempre levo roupa pra doação, senão acho que ia ter mais”, afirma.

A frequência de compras é mensal, todo mês precisa ter alguma coisa nova lá, não importa se é sapato, bolsa ou alguma blusinha. Mas já teve época de comprar toda semana. Entre peças que nunca foram usadas e compradas no impulso, ela arranjou uma solução. “Determinei o prazo de 6 meses e se eu não usar, passo adiante”.

Ela explica que há uma lógica para comprar, dividida em dois estilos. As peças básicas serão usadas no "dia-a-dia", e roupas que "chamam atenção" ficam para ocasiões especiais. "Sempre falo que me apaixono por algumas roupas, não importa se ela tá escondida ou esquecida em alguma arara, vou lá e levo", conta.

Vestido de festa é descartado por Letícia, mesmo com pouco uso (Foto: João Garrigó)
Vestido de festa é descartado por Letícia, mesmo com pouco uso (Foto: João Garrigó)

Aos 18 anos, a estudante Letícia Assis coleciona em seu closet cerca de 300 peças, a maioria vestidos e roupas para usar na balada. Mas o que usa com frequência não chega a ser metade do que tem guardado e confessa que não gosta de repetir. “Não dá pra usar sempre, a roupa fica marcada, então, eu deixo no fundo do armário e acabo esquecendo lá”, admite.

Roupas de grife, ou que tem preço um pouco mais salgado, também valem. Então, as peças básicas, costumam fazer parte do que a estudante usa diariamente por não chamar a atenção. “Costumo comprar roupas mais caras para festas e eventos, e essas não da pra repetir, então acabo usando apenas uma vez”.

Ela conta que quando chega a hora de fazer uma “limpa” e renovar o que tem no closet, as roupas também são doadas, seja em instituições e até mesmo para primas. “Sempre dou, nunca vendi, pagam muito pouco, prefiro fazer caridade”, afirma.

Um destino vantajoso para as roupas sem uso do Closet é o brechó. Dolly Batista, proprietária da “Doka brechó” explica que vender as roupas usadas é uma maneira de ganhar dinheiro, mas é ilusão acreditar que vai recuperar o que foi gasto na compra.

As roupas, segunda ela, são avaliadas conforme o modelo se está na moda ou não, o tecido, acabamento e qualidade do tecido. Após analisar estes critérios, ela sugere um valor. “Não podemos pagar muito, senão não compensar revender, fica caro, e a ideia do brechó não é está”. Um exemplo da avaliação de Dolly é um vestido do estilista Arthur Callinam, que custou R$ 1,2 mil e foi comprado por ela para a loja por R$ 200,00,

Algumas vezes a etiqueta de grife garante um retorno melhor à dona original. A avaliação da peça até sobe, comenta Bruna Fernandes, proprietária da “Brecharia”, mas o dinheiro não aparece na hora. “Quando a peça é muito cara, faço uma consignação de produtos”, explica.

Como vender quase não compensa, a melhor saída mesmo é evitar o impulso, economizar e investir em algo que não tenha como ficar na gaveta ganhando mofo, como uma viagem.

Sem repetir roupa, Letícia esconde no armário vestidos de festa (Foto: João Garrigó)
Sem repetir roupa, Letícia esconde no armário vestidos de festa (Foto: João Garrigó)
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