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Comportamento

Com o fim do Orkut, quais lembranças vão ficar da rede?

Elverson Cardozo | 30/06/2014 18:40
Aviso do Orkut. (Foto: Reprodução)
Aviso do Orkut. (Foto: Reprodução)

Confesso: Morro de vergonha do meu Orkut. Entrei para escrever essa matéria, por conta do encerramento oficial da rede, programado para o dia 30 de setembro, e quase me enfiei debaixo da mesa quando fui ler “minhas” antigas comunidades: “Meu cabelo é à base de gel, “cala boca burro”, “chuta que é macumba” e “metido não, distraído”. Essas eram apenas algumas delas. Mas eu era assim mesmo.

Continuo um “nojo” com o cabelo, só que agora uso cera, mousse, pomada e spray. Fiquei mais tolerante. Não "chuto" qualquer um. Em um primeiro momento, ainda olho o exterior, não dá para ser hipócrita, mas tento enxergar o interior. E, para alguns, continuo passando a imagem de metido, não tem jeito, mas isso é pura fachada. Descobri na terapia.

Voltar ao Orkut me deu vergonha, mas pude, de certa forma, reviver o passado e fiquei orgulhoso de minhas próprias conquistas. Lembrei do tempo em que pensava em ser jornalista e, por isso, entrava em comunidades sobre a profissão; dá época em que já era acadêmico e tentava aprender vendo fóruns na internet e de tantas outras coisas.

Reli alguns depoimentos e recordei dos amigos que fiz . Alguns já perdi o contato, mudaram de cidade, mas o carinho está lá, registrado, com data e hora marcadas. A notícia do encerramento da rede me deixou, de fato, nostálgico.

Não foi só eu. Muita gente sentiu a mesma coisa e, depois de tempos, voltou a fazer login. Um exemplo é a estudante Ruth Naine Godinho dos Santos, 25. “Tenho muitos amigos que ainda mantenho contato. São raros, mas alguns postam as coisas”.

Nelly também migrou para o Facebook, mas sente saudade do Orkut. (Foto: Arquivo Pessoal)
Nelly também migrou para o Facebook, mas sente saudade do Orkut. (Foto: Arquivo Pessoal)

A rede, para ela, também é um espaço de lembranças, especialmente por causa das fotos. “Tem momentos que passei nele e não quero descartar”, resume.

A pedagoga, especialista em ensino à distância, Nelly Carla Reis Barros, 34, usou o Orkut durante 4 anos. Migrou, como a maioria, para o Facebook, mas sente saudades. “Passei por lá esses dias, para pegar uma foto, e está do mesmo jeito”, conta.

A página lhe traz recordações. “Muitas. Boas e ruins. Paqueras, amizades, lembrança da escola. As comunidades eram boas para dicas de baixar livro. Foi um tempo bom”, diz. Agora, Nelly vai ter de salvar foto por foto se não quiser perder os arquivos. “Não uso o Google +, explica.

A auxiliar administrativa Carol Nunes, 31, não gostou da decisão e, aliás, achou errado. “É uma conta particular, né?”, protesta. Ela nunca teve coragem de excluir o perfil, porque guarda as fotos do filho ainda bebê. Hoje o garoto está com 8 anos.

Já a recepcionista Maira Hosana, 27, apesar de lembrar de alguns momentos "enterrados" no Orkut, não parece tão triste com fim da rede no dia 30 de setembro. “Não exclui antes porque não tive tempo. Na verdade é porque tem muitas fotos e fiquei com preguiça de salvar".

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