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Comportamento

Da perda do pai, do emprego, à compra da casa. Por que se comemora o fim do ano?

Paula Maciulevicius | 01/01/2014 07:52
Tatiana e o pai, na última foto dos dois juntos, na passagem do ano para 2013.
Tatiana e o pai, na última foto dos dois juntos, na passagem do ano para 2013.

O ano tem 12 meses e já dizia Carlos Drummond de Andrade, que quem teve a ideia de cortar o tempo em fatias, foi um indivíduo genial. De janeiro a dezembro é período suficiente para se cansar, entregar os pontos e de repente, eis que chega a virada e aí entra o milagre da renovação.

Começa tudo outra vez, com um número a mais no final e a vontade de acreditar que a partir de janeiro tudo vai ser diferente. O mesmo autor também fala que para se ganhar um belíssimo ano é preciso merecê-lo.

Às 23h59 minutos se começa a contagem regressiva. 10, 9, 8... Mas afinal, o que tanto se espera do próximo ano? O que tanto se comemora no encerramento de um ciclo? Há quem diga, e com toda razão, que não via a hora de 2013 dizer adeus.

“Realmente, não via a hora de acabar. Foi o pior ano da minha vida, meu pai faleceu. Foi um choque, a minha mãe sempre foi doente, achávamos que ele fosse morrer velhinho, mas se foi com 76”, recorda a secretária Tatiana Amorim de Deus, de 45 anos.

Da dor à solidariedade, ela transformou o vazio em trabalho voluntário com crianças.
Da dor à solidariedade, ela transformou o vazio em trabalho voluntário com crianças.

Foi um AVC (Acidente Vascular Cerebral) que levou o pai dela deste mundo num final de semana. A foto, é a última registrada dos dois, na virada do ano para 2013.

Ela quer encerrar o ciclo para deixar no passado a dor que viveu. “É um ano que eu não tenho saudades, mas tenho esperanças para 2014 e não quero me apegar às coisas ruins”, avalia.

A parte boa foi que a dor da perda foi canalizada para o trabalho voluntário. Tatiana evangeliza crianças de um bairro carente da cidade, o Oliveira III. Trabalho este que não teria vindo se não fosse para preencher um pouco do vazio. “Eu ficava chorando ou tomava uma atitude, usei meu tempo e canalizei minha dor para ajudar o próximo”, conta.

Para Marcos, graças a Deus chegou ao fim de um ano de reflexos da perda de um emprego estável.
Para Marcos, graças a Deus chegou ao fim de um ano de reflexos da perda de um emprego estável.

Para o cinegrafista Márcio Perez, de 47 anos, os reflexos da perda de um emprego ainda foram sentidos em 2013. Ele tinha um trabalho estável e com a mudança de dono da empresa empregadora, quem tinha salários mais altos foram cortados. Depois de sete anos dando aulas, ele voltou ao jornalismo diário das redações.

“Graças a Deus está acabando, foi um ano muito difícil conduzir. Filha, esposa, amigos, parentes, sempre tem alguém com problema”, desabafa.

A comemoração do encerramento de um ciclo é feita com gosto. “Porque você acha que o que deu de errado neste ano, vai dar certo no ano que vem”, justifica.

De 2013, a funcionária pública Vera Lúcia Motta, de 53 anos, terá só boas lembranças Depois de mais de 15 anos tentando realizar o sonho, foi agora que conseguiu a casa própria. “Compramos a nossa casa, era um sonho que vínhamos acalentando há muito tempo”, justificou a felicidade.

Os desejos é para que 2014 seja, para ela e a família, tão bom como foi o final de 2013.

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