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Comportamento

Depois de 14 anos, a tecnologia e as redes sociais quase mataram a saudade

Mariana Lopes | 26/11/2014 06:38
"o tempo pode até ter nos mudado, mas não mudou em nada o carinho que construímos na escola"
"o tempo pode até ter nos mudado, mas não mudou em nada o carinho que construímos na escola"

Um corredor extenso, de piso vermelho, com paredes brancas e verdes. Um gramado enorme, com algumas árvores espalhadas, uns bancos de concreto, uma quadra e um campinho de futebol. É neste lugar que estão as mais doces lembranças da minha infância e do começo da minha adolescência.

Acho que todo mundo tem um baú onde guarda momentos e pessoas ao longo da vida. Pois no meu há um canto especial onde coleciono as melhores recordações do “tempo de escola”. Uma turma que estudou, praticamente, o ensino fundamental inteiro junta. E 14 anos depois de cada um seguir o seu próprio rumo, a tecnologia quase matou a saudade.

Nos encontramos em um grupo montado no WhatsApp. Aos poucos, já éramos mais de 30 ex-alunos do Patronato São Francisco, da turma que se formou em 2000 na 8ª série. Lá se foram 14 anos, mas parece que foi ontem que ouvíamos as risadas escandalosas do Tiri e do Samuca na sala de aula. E das benditas abelhas que o picavam (sem mais detalhes).

Ainda me lembro, apesar da “memória de peixe beta”, das disputas de tazo durante o recreio. Da memorável história do laxante e do diário da professora escondido debaixo da mesa com chiclete (as peraltices não são politicamente corretas, mas que nos atire a primeira pedra quem nunca fez arte na escola). E como apagar da lembrança as quadrilhas e os dias de “discoteca”?!

Aos poucos, já éramos mais de 30 ex-alunos do Patronato São Francisco, da turma que se formou em 2000 na 8ª série (Foto: Reprodução)
Aos poucos, já éramos mais de 30 ex-alunos do Patronato São Francisco, da turma que se formou em 2000 na 8ª série (Foto: Reprodução)

Hoje, estamos todos com quase 30 anos. Uns se casaram, outros já têm filhos, alguns se mudaram de cidade, todos em busca dos sonhos. Foi inexplicável saber como cada um está. Na minha cabeça, a mistura dos rostinhos de criança com os de homens e mulheres que nos transformamos.

Desde então, vivo uma nostalgia indescritível. Mas o melhor de tudo é perceber que o tempo pode até ter nos mudado, mas não mudou em nada o carinho que construímos na escola. A amizade resistiu aos anos.

Mas nada é capaz de expressar o quanto éramos felizes entre o corredor, os bancos, as árvores, a quadra e o campinho de futebol. Chego à conclusão de que a canção estava certa: “o que vai ficar na fotografia são os laços invisíveis que havia”, pois tecnologia alguma substitui o momento real e só de me lembrar daquela época, meu peito dói de tanta saudade.

*Mariana Lopes é jornalista e colaboradora do Lado B. Mais textos na página Mariana Lopes.

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