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Comportamento

Depois de anos de carona, jovem resolve agradecer assim que compra o carro

Elverson Cardozo | 26/12/2014 06:00
Clarisse conquistou o primeiro carro, mas nunca vai se esquecer das caronas. (Foto: Marcos Ermínio)
Clarisse conquistou o primeiro carro, mas nunca vai se esquecer das caronas. (Foto: Marcos Ermínio)

A auxiliar financeira Clarisse Moreira da Cunha, de 22 anos, é uma garota esforçada, batalhadora, que não tem vergonha de ir à luta e nem de agradecer a ajuda que recebe.

Esta semana ela fez isso. Em cartas, endereçadas a amigos do coração, a jovem agradeceu a parceria e as caronas que recebeu quando não tinha carro e precisava ir para a faculdade, direto do serviço.

Os “bilhetes”, que chegaram aos destinatários em embalagens delicadas, acompanhadas de bombons, diz, em um trecho, o seguinte:

“Tantas vezes você me ajudou com suas caronas, sua amizade e sua alegria. Por muitas vezes você me socorreu. Quero dizer que sou muito grata e não esqueço do seu bom coração, sua disposição, seu companheirismo e sua paciência. Deus me presentou com sua amizade e, agora, com o meu carro”.

A carta e os bombons. (Foto: Marcos Ermínio)
A carta e os bombons. (Foto: Marcos Ermínio)

O veículo, um Corsa, foi adquirido há 3 meses, em setembro, depois de uma economia que, segundo ela, durou um ano. Mas a “fase difícil”, e de solidariedade, se estendeu por pelo menos 5, desde a época em que começou a trabalhar e ainda cursava o terceiro ano Ensino Médio.

Sempre que podiam, os bons e fiéis amigos ofereciam um lugarzinho no carro. Com a faculdade, a situação se apertou e a colaboração só aumentou. Clarisse entendeu, na prática, o verdadeiro significado da palavra amizade.

Como passava o dia inteiro no serviço, ela só podia estudar à noite. E, como a empresa ficava relativamente longe da universidade, o jeito era se virar para chegar à tempo. Até dava para ir de ônibus, claro, mas era muito mais corrido e cansativo.

Graças aos “anjos” que apareciam no caminho, raras vezes ela dependeu do transporte público. Nesse meio tempo, a jovem mudou de emprego, mas continuou a receber caronas.

É por isso que, hoje, ela faz questão de lembrar e dizer “muito obrigada”. “Eu fiz a faculdade toda assim, com amigos me ajudando, dando carona até o ponto ou na porta da faculdade. Quando comprei meu carro, fiquei muito, muito feliz, e queria agradecer por terem ajudado tanto”, lembra.

O “mimo” é só uma lembrancinha, pequena, mas que tem um significado enorme, tanto para ela quanto para esses amigos tão especiais. “Sou muito grata por eles. Eu vejo o carinho e o amor que tem por mim. Quando comprei meu carro, a minha felicidade é como se fosse a conquista deles também. Todo mundo sabe da minha luta, do que tive que fazer para conseguir. Eu vejo que sou o orgulho da minha mãe e dos meus amigos”, conta.

Clarisse com a chave do carro nas mãos: uma conquista que alegrou ela, a família e os amigos. (Foto: Marcos Ermínio)
Clarisse com a chave do carro nas mãos: uma conquista que alegrou ela, a família e os amigos. (Foto: Marcos Ermínio)

A diploma Clarisse já conquistou. O carro também. Mas a batalha não termina aqui. “Estou fazendo uma pós em gestão financeira. Não parei de estudar”, diz.

Na carta aos amigos, como um último recado, ela deixou um versículo bíblico do livro de Eclesiastes: "É melhor ter companhia do que estar sozinho, porque maior é a recompensa do trabalho de duas pessoas. Se um cair, o amigo pode ajudá-lo a levantar-se. Mas pobre do homem que cai e não tem que o ajude a levantar-se".

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