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Comportamento

Dono de engenhoca para ganhar a vida, aposentado vende picolé de porta em porta

Naiane Mesquita | 15/03/2016 06:34
Amarilho corre os bairros para vender sorvete (Foto: Simão Nogueira)
Amarilho corre os bairros para vender sorvete (Foto: Simão Nogueira)

Para fugir do sol quente ou da garoa inoportuna, o aposentado Amarilho Ferreira da Silva, 66 anos, construiu uma casinha de madeira e ferro para vender sorvete. De moto, ele carrega os picolés e Moreninhas em vários bairros da cidade, chamando a atenção de quem nunca viu uma engenhoca do gênero.

A casinha protege o aposentado do sol quente e até de chuva (Foto: Simão Nogueira)
A casinha protege o aposentado do sol quente e até de chuva (Foto: Simão Nogueira)

“Eu faço bico nos finais de semana, uns trocadinhos a mais para ajudar na renda. Não tenho mais saúde para vender, fico todo quebrado depois de vender os sorvetes, ainda mais com todas essas pedras”, afirma Amarilho.

Nordestino de Alagoas, Amarilho diz que cresceu no Paraná, mas rodou muito o Brasil. Trabalhou a vida toda com madeira, até que trazendo uma carga para cá, acabou se acidentando. “O caminhão tombou. Vim para receber o dinheiro da carga, mas acabei ficando. Fiz o tratamento pelas lesões do acidente aqui e decidi morar. Isso foi em 2006”, relembra.

Ao lado da esposa e dos filhos, Amarilho se instalou no bairro Ramez Tebet e é de lá que ele parte para a venda dos sorvetes. “Eu vendo aqui perto, no Jardim Los Angeles, ando das 11h até as 17 horas, de bairro em bairro. Faço um punhado, Ganguru, Paulo Coelho, Centro Oeste, Marajoara”, descreve.

Se ele gosta do serviço, o aposentado é bem direto. “Para falar a verdade não, mas não tem jeito, outra forma, quando o tempo está bom eu vou na sorveteria perto de casa e revendo os sorvetes pelo bairro. É um jeito de receber um extra, uns trocadinhos”, garante.

De fala mansa e curta, seu Amarilho não é muito de dar explicações. Ri quando pergunto a reação das pessoas a casinha de sorvetes. “O pessoal acha interessante, falam que minha ideia é boa e assim eu vou batendo de porta em porta, buzinando. O bom é que ando na sombra e não no sol. E olha que nem gosto de andar de moto”, ri.

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