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Comportamento

Dora Flor abriu as portas de casa a MS para projeto que salva vidas na África

Naiane Mesquita | 27/08/2016 08:31
A casa de Dora Flor foi o primeiro ponto da Fraternidade Sem Fronteiras (Foto: Naiane Mesquita)
A casa de Dora Flor foi o primeiro ponto da Fraternidade Sem Fronteiras (Foto: Naiane Mesquita)

Dora Flor tem um sorriso tímido e poucas palavras. Mas, por trás desse jeitinho há uma história de carinho e devoção a um projeto que uniu África e Brasil. Moradora da aldeia de Barragem, em Moçambique, ela viu na chegada de um brasileiro a mudança que a região tanto precisava. Foi na casa dela que o projeto Fraternidade Sem Fronteiras começou, com 70 crianças, todas da aldeia, recebendo as primeiras atividades de educação, higiene e alimentação.

Armando era garçom na época e apresentou Wagner, presidente da Fraternidade, a Dora (Foto: Naiane Mesquita)
Armando era garçom na época e apresentou Wagner, presidente da Fraternidade, a Dora (Foto: Naiane Mesquita)

“Nada é por acaso. Somos apenas servidores, orientados por Deus”, afirma Dora Flor Timana, 49 anos. A aldeia que fica na região de Gaza, no sul do País, foi a primeira a receber a Fraternidade, que hoje está espalhada em vários outros pontos e atende 5.300 mil crianças. Quem fez a ponte entre Dora e Wagner, o brasileiro que colocou em prática o projeto e hoje presidente da Fraternidade, foi o garçom Armando Dinis Banze, 33 anos. Pela primeira vez em território sul-mato-grossense, ele confessa que está apaixonado pela cidade.

“Eu conheci o Wagner durante a viagem dele para Moçambique. Decidimos ir para algumas regiões e conhecemos a aldeia. Foi ali que ele teve a ideia de criar o projeto e a primeira vez que juntamos as crianças foi na casa da Dora. Hoje temos 14 centros de acolhimento”, explica.

Os dois integram a diretoria da ONG (Organização não governamental) Fraternidade Sem Fronteiras em Moçambique. Essa passagem pelo Brasil é em busca de capacitação em diversas áreas, desde a educação até a manipulação de alimentos. “Estamos há quatro dias no Brasil. Passamos por São Paulo, Campinas, Americana e Belo Horizonte. Agora chegamos a Campo Grande”, aponta.

Crianças brincando em um dos centros de acolhimento (Foto: Fraternidade Sem Fronteiras)
Crianças brincando em um dos centros de acolhimento (Foto: Fraternidade Sem Fronteiras)

O projeto oferece além de aulas diárias as crianças, atividades lúdicas, brincadeiras e uma alimentação diária. Normalmente, os pequenos são órfãos, devido aos altos índices de HIV entre os adultos.

Para Armando, no início foi uma surpresa ver o projeto nascer dessa forma, mas a consolidação acabou se tornando algo natural para quem acreditava na mudança. “Hoje, juntando os fatos acreditamos que nada é por acaso. Eu era um garçom, conheci o Wagner, o levei até a aldeia e ele conheceu a Dora, essa mulher delicada que se dispôs a abrir a casa dela para transformar em creche. O trabalho é nosso, mas Deus está orientando, nós somos apenas servos”, confia.

A Fraternidade Sem Fronteiras funciona com o sistema de apadrinhamento de crianças, em que é possível fazer uma doação mensal para ajudar na manutenção do projeto. Informações pelo site www.fraternidadesemfronteiras.org.br/pt-br

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