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Comportamento

Ela passou a vida fazendo casamentos, mas só subiu ao altar 30 anos depois

Paula Maciulevicius | 03/09/2013 06:42
Sempre nos bastidores dos casamentos, 30 anos depois, decoradora Maria Inês Martinusso disse o 'sim'. (Foto: Eurides Aoki)
Sempre nos bastidores dos casamentos, 30 anos depois, decoradora Maria Inês Martinusso disse o 'sim'. (Foto: Eurides Aoki)

Decoradora de renome, entre os tantos casamentos no currículo, o mais importante foi realizado em junho. Depois de 30 anos casada sem papel, cerimônia e muito menos vestido de noiva, Maria Inês Martinusso, de 59 anos, subiu ao altar.

Difícil imaginar que quem sempre está nos bastidores dos ‘sim’ nunca tivesse passado pela experiência de enlouquecer planejando o próprio casamento. A carreira no ramo e o tempo de convivência com o, agora marido, tem quase o mesmo tempo. O trabalho já contabiliza 25 anos, o casamento, 30.

A demora tem justificativa. Os filhos vieram em primeiro lugar. “Nós não programamos o nascimento dos filhos, quando eles vieram, trabalhamos muito. Começamos a vida sem respaldo financeiro da família. Tivemos um filho, fomos morar juntos, tivemos outro filho e a gente tinha que trabalhar para dar o que gostaríamos que eles tivessem”, explica.

O pedido de casamento veio ano passado. Com direito a festa, anel de noivado e toda pompa de uma noiva das que batem à porta dela. Hoje, os filhos já seguiram a própria vida e a iniciativa de casar teve empurrãozinho de amigas.

Duas bem próximas de Maria Inês que puxaram a brincadeira durante uma festa, questionando o ‘noivo’, do por que eles não se casavam. “Por que você não casa com a minha amiga”, elas disseram. Ele respondeu porque não deu tempo ainda. Aí elas falaram agora está na hora”.

E a hora realmente chegou. Diferente do tempo de programação que Maria Inês costuma trabalhar os casamentos das clientes, o dela teve apenas seis meses de planejamento.

O sonho sempre foi da noiva. Por mais moderna que a mulher seja hoje, no fundo, no fundo, elas ainda querem se casar. “Minha filha fala que não vai casar. Mas eu estou esperando a hora que ela se apaixonar. Eu dizia que não precisava, para quê, mas casei e sou muito feliz”, comenta.

Na cabeça do marido, o advogado Marcelino Duarte, o casamento já era realidade há muito tempo. “Para eles não faz diferença, ele pensava para quê? Já estamos juntos. Mas depois que aconteceu ele adorou. E cabeça de mulher, não adianta, tem que ter a cerimônia”, afirma.

De decoradora à noiva, Maria Inês passou a contatar os amigos, de fotografia ao cerimonial e buffet, dessa vez, para ela mesma. Em seis meses, a escolha dos profissionais foi difícil quando se tem no meio o hall de amigos.

O convite foi mandado fazer fora porque a cor que ela gostaria não tinha no mercado campo-grandense. O vestido também exigiu muito da noiva. “Eu sou muito perua e eu não podia me vestir de noivinha”, brinca pela idade e o tempo de casada.

Quem sempre esteve no lado de lá da mesa, sem tablet, sentiu na pele o nervoso que as clientes passam quando o calendário caminha mais que o tempo deveria. “Minha filha dizia que eu fui a noiva mais insuportável que ela já viu”, acrescenta. É que o assunto que dominou as conversas de dezembro de 2012 até junho deste ano, foi o casamento.

“Aquilo do será que vai dar certo? Será que as pessoas vão? Será que os docinhos vão dar? Como eu passei por tudo isso, comecei a ter um pouco mais de paciência com as noivas também”.

O casamento saiu conforme o planejado. Seguiu todo roteiro pensado pela decoradora. No dia 14 de junho, os filhos entregaram Maria Inês ao marido de 30 anos, Marcelino.

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