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Comportamento

Em inúmeras versões, concursos de beleza rendem fama passageira e cantadas

Elverson Cardozo | 12/08/2014 06:50
Final do Miss Mundo MS 2014. (Foto: Divulgação)
Final do Miss Mundo MS 2014. (Foto: Divulgação)

Foi-se o tempo em que os concursos de beleza se voltavam apenas às candidatadas esguias, no padrão comercial da “mulher-bonequinha”. Com o passar do tempo, o mercado se expandiu e, hoje, as disputas abrangem vários perfis, das orientais, às plus size. Tem até para disputa para aquelas que valorizam o bumbum. Os homens não ficam de fora.

Só em Campo Grande, são realizados pelo menos cinco eventos do tipo todos anos. Pelas opções, ficou mais fácil participar, mas será que o investimento vale a pena? Quem já entrou na passarela e ganhou a faixa garante que sim e argumenta que a visibilidade é uma das vantagens incontestáveis.

Mas a fama, que por aqui parece efêmera, resume-se, na maioria das vezes, no reconhecimento entre amigos, conhecidos e desconhecidos, alguns seguidores a mais no Facebook, solicitações de amizades e, não raras vezes, cutucada na rede social.

Tem muito disso, confirma o Mister Rodeio Mato Grosso do Sul, Cidimar José de Freitas, de 30 anos. “O assédio vem de todas as partes, homens em mulheres. Já recebi alguns elogios e cantadas", revela.

Recebeu, também, vários pedidos de amizades na internet. “Para você ter ideia eu estava com 844 amigos antes e agora tenho 900. Dos 60 seguidores passou para 217”, conta, orgulhoso. Este mês, ele, que mora em Cassilândia, representou o Estado, utilizando a faixa de Três Lagoas, na Festa do Peão de Barretos (SP).

Mister Rodeio de MS, Cidimar Freitas. (Foto: Arquivo)
Mister Rodeio de MS, Cidimar Freitas. (Foto: Arquivo)

Não ganhou o nacional, mas levou o Best Body, título de melhor corpo. Foi uma conquista e tanto para o Sul-Mato-Grossense  que nunca havia participado de um concurso assim. Formado em teologia, Cidimar já foi pastor substituto por aproximadamente um semestre, mas deixou o cargo e agora vive como represente de suplementos alimentares em Cassilândia, cidade onde nasceu.

Dariana ganhou o Miss Beleza Negra. (Foto: Arquivo Pessoal)
Dariana ganhou o Miss Beleza Negra. (Foto: Arquivo Pessoal)

No município que fica a 418 quilômetros de Campo Grande, ele ainda não é reconhecido na rua, mas sonha com a fama. “Aqui é bem pouco ainda”, diz. Apesar disso, o concurso começa a dar resultados.

“Já apareceu alguns convites para ser modelo fotográfico em São Paulo e Minas Gerais”.

A assistente social Dariana Oliveira de Aquino, de 27 anos, afirma que nunca teve pretensão de ser famosa, mas resolveu participar do Miss Beleza Negra em 2011 e acabou ganhando o concurso.

“Entrei pela valorização da cultura negra e porque gosto da passarela”. A vitória, conta, rendeu visibilidade entre vizinhos, amigos e conhecidos mais próximos, mas nada de trabalho.

"O mercado em Campo Grande infelizmente não abrem muitas portas para isso”, lamenta.

Ilda Lando já participou de cinco concursos. (Foto: Tetê Bernal)
Ilda Lando já participou de cinco concursos. (Foto: Tetê Bernal)

Modelo profissional, Ilda Lando, de 22 anos, não tem do que reclamar. A jovem recebeu a faixa de Miss Mundo MS em 2013 e diz que o concurso abriu portas. “Dá uma visibilidade bem grande. Quando voltei consegui mais trabalhos. Tive proposta de modelar fora, mas não pude ir”, conta.

Além da disputa do ano passado, ela já participou de outras quatro e, em todas, relata boas experiências. “Se souber aproveitar, dá para trabalhar, mas tem que tomar cuidado com as propostas maliciosas”, orienta. A “fama”, no caso dela, é consequência de um esforço planejado. Ilda Lando tem na passarela um ambiente de trabalho, enquanto muitos enxergam esse universo como uma bomba de inflar ego.

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