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Comportamento

Em uma semana, ela viveu a tristeza da morte e alegria do nascimento

Nyelder Rodrigues | 29/03/2013 20:17
Pequena Ana Mel nasceu com 2,9 kg, e 47 cm (Fotos: Liziane Berrocal)
Pequena Ana Mel nasceu com 2,9 kg, e 47 cm (Fotos: Liziane Berrocal)

Na segunda-feira (25), a morte do marido. Na terça, um acidente de trânsito a caminho do enterro. Na quinta, o nascimento antecipado da primeira neta.

Tristeza e alegria, emoções tão distintas, mas nesse caso muito próximas, uma nova experiência até para os mais vividos, uma longa semana para quem mora na pacata Figueirão, cidade que fica a 226 km da Capital.

A mudança repentina na vida de Maria Geralda Borges Rodrigues, 48 anos, começou com a morte do marido, Vilson Gomes Rodrigues, 53 anos, de infarto, problema pelo qual morreu também a mãe dele e outros familiares.

“Não havia vaga para ele em nenhum hospital, então apareceu uma vaga no Hospital Regional daí de Campo Grande, mas não deu tempo dele chegar. Os médicos fizeram o que podiam, mas ele não resistiu”, conta Maria Geralda sobre a morte do marido.

No dia seguinte, era hora de levar o corpo para Aquidauana, onde o casal se conheceu e parte da família deles segue morando. No ”trecho”, uma amiga, a nora e o viúva vão de carro, a frente do carro da funerária. De Figueirão, vieram para a Capital, e depois iriam para Aquidauana.

Maria Geralda traz ao colo sua primeira neta, que nasceu dias após a morte do avô, vítima de infarto
Maria Geralda traz ao colo sua primeira neta, que nasceu dias após a morte do avô, vítima de infarto

De repente, um táxi em alta velocidade, em plena madrugada, bate no carro em que as três estavam, avenida Duque de Caxias, em Campo Grande. Por sorte, ninguém se feriu.

A amiga, que dirigia, ficou em estado de choque. “Ela nunca tinha batido”, comenta Maria Geralda. Além disso, a nora também ficou abalada com o acidente, e assim como a amiga, precisou ser encaminhada para a Santa Casa.

Mas Maria precisava seguir em frente, e terminar o trajeto até Aquidauana para enterrar o marido, com quem foi casada por 30 anos. E assim ela fez, voltando logo em seguida para a Capital. Na quinta, veio a surpresa: quem deveria dar boas vindas ao mundo no dia 9 de abril, quis aparecer antes, no dia 28 de março, a mesma data de nascimento de duas tias.

Às 10h48, com 47 cm e 2,9 kg, nasceu Ana Mel, filha da jovem de 14 anos Raquel, e de Adiel, de 29 anos. “Eu ainda aconselhei a levar roupa para o bebê”, explica a avó de primeira viagem, que acrescenta. “Já cantei uma musiquinha da Ana Paula Valadão e ela riu”.

Ana Mel, como todo bebê, virou a alegria da família, com fotos já até postadas no Facebook. Porém, ainda há uma preocupação: a possibilidade de ela ter toxoplasmose, já que a mãe também teve.

“Ela está sendo cuidada e vários exames foram feitos para saber se ela tem ou não a doença. Se ela não tiver, não vai precisar de medicamento. É para isso que nós torcemos”, revela Maria, que também afirma ter acompanhado toda a gravidez de Raquel.

Porém, apesar da alegria com a neta, Maria não vai ficar em Figueirão, pois não aguenta mais ficar lá, e já se organiza para voltar à Aquidauana.

“Foi uma experiência muito grande, sou avó agora. Já a perda a gente sabe que nada vai substituir. Foram 30 anos de casados, não foram 30 dias. Eu sabia quando ele estava triste, preocupado, adivinhava os pensamentos dele”, desabafa Maria.

Ela diz que sempre que for possível, vai visitar Ana Mel, já que a neta, filho e nora não podem acompanhá-la na mudança por causa dos empregos. Além disso, a avó materna de Ana também é moradora de Figueirão.

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