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Comportamento

Encontros marcados a cada 2 anos rendem amizades de dia de eleição

Ângela Kempfer | 07/10/2012 14:47
Suzana e Fernanda, amigas de eleição. (Foto Minamar Júnior)
Suzana e Fernanda, amigas de eleição. (Foto Minamar Júnior)

João Carlos e Rodrigo têm encontro marcado de dois em dois anos. Nenhum consegue se livrar do trabalho de mesário na sessão eleitoral e já são íntimos, apesar de nos últimos 10 anos só terem passado cinco dias juntos.

“Eu era presidente, depois passei o posto para ele e virei mesário. A gente vai fazendo rodízio, mas não se larga”, brinca João, que por coincidência tem a mesma profissão de Rodrigo, a de representante comercial.

“Na hora que estamos aqui, até torçamos telefone, combinamos de um dia se encontrar, mas a correria do dia-a-dia faz a gente esquecer e só lembrar um do outro no dia da eleição”, justifica Rodrigo.

Deve ser assim em todas as sessões eleitorais. Obrigados a prestar serviço ao Tribunal Eleitoral, os mesários aprendem a aproveitar o dia e fazer amizades.

Juslei é fiscal do PT, Leonardo do PMDB, mas isso não impede uma aproximação.
Juslei é fiscal do PT, Leonardo do PMDB, mas isso não impede uma aproximação.

Suzana apareceu contrariada. Há dois anos trabalha nas eleições, diz que fica mal humorada na véspera, mas depois curte a experiência. “A gente conversa, ri, fica divertido”. Ao lado, Fernanda concorda e detalha o bate-papo. “Falamos da família, dos estudos, da falta de  homens no mercado”, ri.

Apesar da seriedade tomar conta da sala de votação quando um eleitor aparece, quando não tem ninguém, dá até para o mesário da outra sessão aparecer para uma brincadeira com as colegas.

Carlos é veterano, já está nas eleições há mais tempo que muito candidato. Há 12 anos foi mesário pela primeira vez e parece ser um dos mais dispostos a se aproximar das colegas.

“Venho paquerar. Espero dois anos para ver ela de novo”, brinca olhando para Fernanda que responde: “Hoje ele convidou a gente para almoçar na Casa do Peixe, mas já desmarcou”.

Até para quem é rival, aquelas horas de bobeira na sessão, a espera de eleitores, pode ser o começo de algo. Juslei é fiscal do PT, Leonardo do PMDB, pela manhã não conversaram muito, mas ainda têm a tarde toda para uma aproximação.  “Já sei onde ela mora e onde vota”, diz Leonardo.

Também há a afinidade entre eleitores. Maria encontrou Leandro no ônibus, depois de votar no bairro Monte Castelo. Como o rapaz é cego, quando desceram no mesmo ponto Maria ofereceu ajuda e Leandro adorou. “Ela me trouxe a agora vai me levar até o ponto, não dá para ser melhor”, diz ele. “Gosto de fazer amigos sempre e a eleição é só mais uma oportunidade”, justifica ela.

Leandro e Maria, amizade no ponto de ônibus
Leandro e Maria, amizade no ponto de ônibus
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