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Comportamento

Falando sobre o guarda-roupas, neta e avó descobrem como há muito em comum

Paula Maciulevicius | 16/03/2015 06:12
Avó e neta "espalhafatosas" que se encontram com a mesma idade em frente ao espelho. (Foto: Alcides Neto)
Avó e neta "espalhafatosas" que se encontram com a mesma idade em frente ao espelho. (Foto: Alcides Neto)

Rosa Amélia Albaneze tem 68 anos. Rafaela Carretoni 28. Avó e neta "espalhafatosas" que se encontram com a mesma idade em frente ao espelho. Os 40 anos de diferença ficam para trás quando as duas escolhem os acessórios e roupas de sua preferência. Tal avó, tal neta, pelo guarda-roupa da jovem se vê muito da avó Rosa e vice-e-versa.

Em série de reportagens que começa a ser publicada hoje, o Lado B resolveu confrontar gerações olhando para os armários. Vamos buscar em roupas e acessórios, histórias desta e de outras épocas, para falar de comportamento, consumo e semelhanças, que muitas vezes nem as donas dos armários percebem.

Rafaela é a neta mais velha e por quem o Lado B começa a série de reportagens colocando neta e avó a olhar o guarda-roupa. É no modo de se vestir que elas imprimem quem são, as diferenças e as semelhanças das gerações. A senhora avó se diz extrovertida, que gosta de sair, de dançar e que vê em Rafaela uma certa semelhança. "Ela é muito igual a mim, sou assim até hoje. Vaidosa, gosto de me aprontar, de sair. Eu não gosto de roupa de velha não, de gola, de manga... Sabe? Isso eu só ponho quando está frio, porque eu morro de calor", brinca.

Rosa Amélia é comerciante, a neta segue o mesmo caminho de se aventurar no próprio negócio e é empresária na área de artigos para decoração de festas. "Eu já usei blusa, colar, cinto. Só não uso sapato da Rafaela porque não serve..." e antes que a avó termine, a neta grita "ela usa e não devolve mais", alerta. Rosa Amélia não tem como discordar e ainda emenda "eu venho aqui 'comprar' e levo tudo", brinca. 

Os 40 anos de diferença ficam para trás quando as duas escolhem os  mesmos acessórios. (Foto: Alcides Neto)
Os 40 anos de diferença ficam para trás quando as duas escolhem os mesmos acessórios. (Foto: Alcides Neto)

O gosto das duas é parecido a começar da cor do batom. Rosa e Rafaela não combinaram especificamente para a entrevista, é questão de gosto das duas. "Tudo que é aparecido eu gosto. Não que eu goste de me aparecer, mas eu me sinto bem com coisa mais extravagante", explica a avó.

Em frente às prateleiras e gavetas é que as semelhanças entre as duas podem ficar mais evidentes ou distintas. Neste caso, Rosa Amélia e Rafaela imprimem no espelho a imagem uma da outra. "Eu ouço bastante mesmo que somos parecidas, é porque ela é meio estabanada também, meio louquinha. Rafaela vestia minhas saias e amarrava com um cinto, transformava em vestido", conta Rosa.

Não é só a genética que fazem "tal avó, tal neta". Rafaela atribui o gosto pelo colorido e pelo espalhafatoso também por questão de inspiração. "Eu sempre fui muito ligada a minha avó. Ela sempre foi meu espelho. Minha mãe era mais brava, minha avó, mais dada. E aí você se espelha no caminho que você quer seguir", explica.

Pendurados, os colares e pulseiras de Rafaela atendem a todos os gostos. Mas são justamente nos mais carregados de penduricalhos, daqueles que fazem barulho conforme a pessoa se mexe, que Rosa Amélia escolhe para si. "Tem que ser grande e chamativo. Adoro pulseiras", concordam as duas.

Cheias de penduricalhos, quanto mais 'aparecido', mais a cara delas é. (Foto: Alcides Neto)
Cheias de penduricalhos, quanto mais 'aparecido', mais a cara delas é. (Foto: Alcides Neto)
Tatuagens, unhas grandes e coloridas também dizem muito sobre avó e neta. (Foto: Alcides Neto)
Tatuagens, unhas grandes e coloridas também dizem muito sobre avó e neta. (Foto: Alcides Neto)

Além do gosto para o extravagante, Rafaela admite que é como a avó no quesito: teimosia e ainda acrescenta que o falar alto e brigar está no sangue. "Vovó é barraqueira igual eu, ela briga, xinga, chora, faz um show", entrega a neta.

O que diferencia uma da outra é na hora de montar o look. "Eu gosto de usar, mas não sei montar e não sei fazer tantas coisas como a Rafaela. Eu venho aqui ela põe um lado da minha blusa por dentro, outro para fora", descreve Rosa. Mas Rafaela completa dizendo que nunca viu a avó sair brega. "Ela nunca está errada em nada quando se arruma".

As unhas que arrumam a ordem das pulseiras da avó são grandes e chamativas. Rafaela sempre usa rosa ou vermelho, a avó diz que também adora, só não deu tempo de fazer para a reportagem. Mas se tivesse feito, estava com um vermelhão bem aberto.

Além do mesmo estilo, elas também se parecem na "teimosia" e ao serem "mandonas". (Foto: Alcides Neto)
Além do mesmo estilo, elas também se parecem na "teimosia" e ao serem "mandonas". (Foto: Alcides Neto)

De avó para neta, ninguém sabe falar baixo, mas em compensação guardam segredo. Confidentes da família e dos amigos, Rafaela ouve de tudo, tal qual como a avó. "Sempre chegavam e contavam as coisas para ela. E eu sou assim também muito mais de ouvir do que se falar", comenta Rafaela.

Os novelos de linha e as agulhas que estão no quarto da neta nunca fizeram parte da vida de Rosa Amélia. A avó pode cozinhar de tudo, mas não tem o dom que a neta nasceu, de costurar e customizar.

Para a entrevista, as duas aparecem com vestidinhos soltos, que compõem bastante os armários de uma e de outra. "Roupa colada eu não gosto, me esquenta", diz Rosa. Eu brinco falando que avó e neta devem ter "muito fogo". As duas caem na gargalhada e confessam que além disso, tem no sangue o prazer de serem mandonas. "Isso parece que está no sangue mesmo, vovó é mandona e eu também sou".

A neta, Rafaela, sempre teve avó como espelho. (Foto: Alcides Neto)
A neta, Rafaela, sempre teve avó como espelho. (Foto: Alcides Neto)
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