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Comportamento

Falatórios e torpedos que têm tirado o sono em Mato Grosso do Sul

Ângela Kempfer | 15/03/2013 16:10
Boataria no Facebook tem cartaz de "procurado".
Boataria no Facebook tem cartaz de "procurado".

Não bastasse o Maníaco da Cruz solto por aí, nesta semana ataques atribuídos à facção criminosa acabaram com a paz em Campo Grande. E como ninguém perde a chance de bancar o bem informado, mais rápido do que bandido, o que chega é o boato.

Segundo a boca do povo, o Maníaco da Cruz já passou por toda a região de fronteira, de Ponta Porã a Paranhos. Por onde passou a fofoca, o alarde tirou o sono da população. Tudo mentira, podem ter certeza.

Pelo tour em tempo recorde, não deve ter parado um dia sequer em qualquer cidade, porque ontem mesmo já estava em Campo Grande, dizem por aí. “Minha cunhada falou que falaram para ela que o Maníaco está lá no Nova Lima. Ela é professora e está com muito medo porque vai de ônibus e para uma quadra e meia de casa”, conta a diarista Fátima da Silva.

Ela mora e trabalha na região do bairro Coronel Antonino, mas nem por isso está tranquila. “Vai que eu topo com ele na rua. Não vou saber reconhecer. Eu heim”.

No Facebook, há um cartaz com a imagem assustadora do Maníaco, e gente dizendo, inclusive, que viu o rapaz na praça do Estrela do Sul e que agora ele estaria no Jardim Imperial, com uma mochila preta nas costas. Já foram mais de 2 mil visualizações só de um dos posts com a imagem. Por mais engraçado que pareça, tem gente que acredita e já rendeu ligações assustadas à redação do Campo Grande News.

Para a Polícia, fofoca vira tormento. Nesse e em tantos outros casos, a conversa fiada só atrapalha. Sem contar os trotes com pistas furadas.

Não bastasse um jovem maluco que matava as pessoas “impuras” e deixava como símbolo o sinal da cruz, agora alguém resolveu colocar fogo em carros e motos pela cidade. O suficiente para "tocar o terror".

E hoje o ataque é virtual. A mulherada de Campo Grande começou a receber via celular mensagens ameaçadoras. São vários textos, sem assinatura e de origens diferentes. "Para mim chegou a informação que alguém disse para uma pessoa que é parente de policial e que o PCC ia atacar as mulheres", conta Terezinha Brands.

Ela comentou com a amiga que também recebeu mensagem semelhante, mas que falava de ataques na porta das escolas e só sabe dizer neste momento que acha tudo muito estranho. "Nunca vi bandido anunciar que vai cometer um crime. Mas também, tem de ser muito desocupado para ficar mandando mensagem assim para os outros. Ou então, são aqueles presos do presídio que não tem o que fazer".

Para Polícia, isso é sim, conversa de desocupado.

Mas o Lado B ligou para o número que começou com as mensagens e a mulher que atendeu a ligação disse que é prima de uma delegada da Polícia Federal e por isso resolveu avisar todos os contatos dela sobre os "perigos" de sair pela cidade. A mulher, que organiza festas na cidade, explica que não "queria prejudicar ninguém. Só pensei em deixar todo mundo alerta e mandei para todos os meus contatos. Uma deve ter passado para a outra."

O falatório é tão grande, tem deixado todo mundo tão maluco, que no dia do primeiro ataque, moradores do Nova Lima ligaram para os bombeiros falando de outro incêndio criminoso e, na verdade, a fumaça vista no bairro era o dono do mercado borrifando inseticida.

Hoje, uma bolsa de criança perdida no shopping Campo Grande, rendeu até denúncia de "bomba". No fim, era só uma mãe esquecida que deixou a bolsa enquanto levava o filho para brincar com a Galinha Pintadinha.

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