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Comportamento

Fiel ao radinho de pilha diz que não vê TV e quer levar aparelho para o caixão

Jéssica Benitez | 07/05/2013 06:14
João Vicente José da Silva e o radinho no estádio
João Vicente José da Silva e o radinho no estádio

O filho perdeu na final do campeonato estadual, mas nada diminui a loucura de João Vicente José da Silva pelo futebol. O aposentado de 68 anos, pai do zagueiro Robson, do Naviraiense, era um dos mais interessados no jogo do último domingo.

É do tipo torcedor clássico. Quando comparece ao estádio, nunca esquece o radinho de pilhas, do tipo antigo, sem as modernidades da transmissão via celular, por exemplo.

Enquanto todos estão com os fones no ouvido, plugados em algum celular, João continua firme, com o braço levando o radinho ao ouvido.

“Sou viciado em rádio, não abandono o aparelho”, explica. O senhor baixinho, de cabelos grisalhos, carrega o aparelho para onde quer que vá. È assessório desde cedo, até a hora de dormir.

Nos estádios, o aparelho do aposentado é o que salva muita gente da desinformação. “Sempre tem alguém que senta perto para ficar perguntando resultado”. Como é um dos poucos sem os fones nos ouvidos, fica mais acessível às perguntas e não economiza conversa, vai repassando o placar dos outros jogos que ocorrem simultaneamente.

Quando criança, o sonho era ser jogador de futebol, tamanho o gosto pelo esporte. “Se tivesse alguém precisando de um remédio, eu fosse chamado para levar e no caminho tivesse um campo de futebol, o doente morria”, brinca

Jovem, conseguiu entrar para o time amador Transcontinental. Em 64 teve uma das melhores experiências com o futebol. “Joguei contra o Corinthians”.

Seu João quase não assiste TV, garante. Fica sabendo de tudo pelos locutores, inclusive as notícias em geral. È tanto companheirismo que já avisou à família: “Quando morrer, eu quero um rádio no meu caixão”.

Até quando precisa ficar em casa, apesar da televisão ligada, os passes ficam mais claros graças ao radinho no ouvido.
“É ainda mais emocionante quando o radialista é bom”, comenta, aproveitando para criticar os ruins. “Tem uns que falam que a bola passou raspando, mas é tudo mentira passou a mais de dois metros da trave”.

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