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Comportamento

Figura curiosa de branco e com "máscara" distribui mensagens em troca de moedas

Paula Maciulevicius | 26/01/2014 08:18
Wesley Souza da Silva passa três dias da semana a dar mensagens aos motoristas em troca de moedas. O valor pode ser qualquer um. (Fotos: Marcos Ermínio)
Wesley Souza da Silva passa três dias da semana a dar mensagens aos motoristas em troca de moedas. O valor pode ser qualquer um. (Fotos: Marcos Ermínio)

Tem uma semana que a avenida Afonso Pena ganhou uma figura veste branco, pinta o rosto de prata e faz movimentos com os braços de uma boneca. Aos 20 anos, Wesley Souza da Silva passa três dias da semana a dar mensagens aos motoristas em troca de moedas. O valor? Pode ser qualquer um.

Os textos são quase de autoajuda e trazem algumas verdades, pra quem vive acelerado, como o fato de dar atenção às coisas simples. Mensagens escolhidas pela mãe e impressas no cyber do bairro Noroeste, onde a família mora.

A ideia não é inovadora e foi copiada pela mãe do rapaz, que comprou o tecido das roupas para fazer com que das mensagens entregues, viessem um complemento para a renda de casa. Wesley escolheu o ponto por ser o mais movimentado e também pela região. Só precisa pegar um ônibus do bairro Noroeste, onde mora, até o Hércules Maymone. De lá desce a pé, com uma mochila infantil nas costas e se prepara na rua mesmo, para o batente do dia.

O jovem na conversa é ainda um menino. Apesar da idade, faz a sétima série devido às repetidas reprovações na infância.
O jovem na conversa é ainda um menino. Apesar da idade, faz a sétima série devido às repetidas reprovações na infância.

A mochila fica embaixo da árvore e ele, cruza os carros quando o semáforo fica vermelho na via, na altura do shopping Campo Grande. São dois tipos de roupa que ele varia na semana com a missão de chamar atenção dos motoristas. “Quem deixar uma moeda pega uma mensagem da roupa da boneca”, explica.

O jovem na conversa é ainda um menino. Apesar da idade, faz a sétima série devido às repetidas reprovações na infância. Ele fala que eram pelas constantes mudanças de cidade, que faziam com que abandonasse a escola.

O sorriso é cativante mesmo debaixo de um sol que não dá trégua. “É pra ajudar na minha casa”, justifica Wesley. O sonho mesmo era o de arrumar um trabalho sério, coisa que ele garante que já foi atrás, mas não conseguiu. “Já bati em casa, em lugar, perguntando se alguém tinha trabalho pra me dar”. Por enquanto os dias de expediente são às terças, quintas e sextas.

Questionei se acredita que o que faz é arte e ele afirma que sim. “Muita gente gosta, pede pra tirar foto”, argumenta.

O campo-grandense parece ser generoso com o menino. Na altura do 1,70m, ele consegue dinheiro de seis carros em dois minutos. Cálculo que já fez enquanto o sinal está fechado. “Muita gente é bão”. E na bondade dos motoristas, ele leva em média R$ 100 para casa.

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