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Comportamento

Geladeira abastecida na gentileza dá frutas de graça, é só escolher e levar

Paula Maciulevicius | 21/10/2015 06:12
De início, Zenilda conta que as pessoas ficam com receio, mas geladeira é solidária mesmo. (Fotos: Arquivo Pessoal)
De início, Zenilda conta que as pessoas ficam com receio, mas geladeira é solidária mesmo. (Fotos: Arquivo Pessoal)

A ideia já foi compartilhada em vários estados brasileiros, mas desde quinta-feira passada chegou a um município de pouco mais de 25 mil habitantes. Anastácio pode não ter moradores de rua, mas para quem estiver de passagem, as frutas e doces são cortesias. Abastecida pela gentileza, a geladeira solidária fica bem no Centro da cidade, ao lado da casa paroquial.

A iniciativa reproduzida em Mato Grosso do Sul partiu de Zenilda Duarte, uma moradora que já deu o que falar na cidade, tanto pelos projetos sociais que encabeça, quanto pelo episódio em que tirou a roupa ao não conseguir passar pela porta giratória do banco.

Foi um amigo de Salvador, na Bahia, que mandou fotos da ideia realizada por lá. "Eu já fazia sopa e organizava doação de roupa para as pessoas, aí ele perguntou: por que você não faz essa geladeira solidária na sua cidade?", conta a empresária de 52 anos.

Zenilda copiou ideia já compartilhada pelo país e levou para a cidade de Anastácio.
Zenilda copiou ideia já compartilhada pelo país e levou para a cidade de Anastácio.
A geladeirinha é pequena no tamanho, mas grande na generosidade.
A geladeirinha é pequena no tamanho, mas grande na generosidade.

Ela de pronto retirou o frigobar do quarto e pediu a amigos que comprasse a ação junto com ela. "Fizemos assim para não pedir nada de Governo. Os amigos falaram 'bora, vamos fazer' e cada um trouxe uma fruta, comida, essas coisas", descreve.

A geladeirinha é pequena no tamanho, mas grande na generosidade. Já passou por ali melancia, mamão, melão, maçã e até doce de coco e abóbora. "Está sendo bacana porque as pessoas estão vindo doar, enquanto outras vem pegar", comenta.

Ligada na energia da casa dela, a geladeira vai para a calçada de manhãzinha, às 6h e é recolhida quando Zenilda vai se deitar, por volta das 20h. "Eu não fico ali fora muito tempo para não intimidar as pessoas. Mas dos conhecidos, já tem outros que não sei quem são e deixam coisas. Quando eu chego em casa, tem muita coisa diferente", narra.

De início as pessoas ficaram receosas, mesmo com o aviso de que a geladeira é de todos. O material veio em parceria com uma gráfica da cidade. Na mesinha do lado volta e meia garrafas de feijão também são acomodadas, eram 20, mas cada hora passa um e leva.

"Não tem morador de rua em Anastácio, mas tem muita gente carente. A cidade é pequena, não tem oportunidade de emprego, eu ouvia à noite às vezes as pessoas batendo palma na casa e pedindo para o padre ajuda", recorda Zenilda.

A ideia está se espalhando e ela já viu o tio que vende picolé pegando uma fruta, a senhorinha idosa que desceu até o Centro para uma consulta médica. "Estou achando fantástico", resume. A esperança é de ver isso em outros pontos do Estado e também ganhar, quem sabe, uma geladeira do tamanho da solidariedade de quem se dispõe a ajudar.

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Essa sugestão de pauta veio da leitora e jornalista em Aquidauana: Giselli Figueiredo.

A ideia está se espalhando pela cidade e a intenção é de que a generosidade venha também em forma de geladeira.
A ideia está se espalhando pela cidade e a intenção é de que a generosidade venha também em forma de geladeira.
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