ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, SEXTA  19    CAMPO GRANDE 23º

Comportamento

Há oito anos, mochileiro ganha vida pintando imagens de giz nas calçadas

Adriano Fernandes | 12/04/2016 07:23
Artista plástico viaja pela a América do sul fazendo desenho com giz em calçadas. (Foto: Fernando Antunes)
Artista plástico viaja pela a América do sul fazendo desenho com giz em calçadas. (Foto: Fernando Antunes)

Kevin Mendo, de 25 anos, nasceu na cidade de Chimbote, no Perú, mas foi viajando para bem longe de casa, e nas ruas, que ele descobriu o talento para as artes plásticas. Há oito anos mochilando e depois de já ter passado por países como Chile, Equador e Venezuela, uma das calçadas da Praça Ary Coelho, na Avenida Afonso Pena, também serviu de tela para os desenhos feitos em giz, aqueles de escrever no quadro negro.

Kevin não term formação em artes plásticas e aprendeu com os amigos o trabalho com a arte de rua. (Foto: Fernando Antunes)
Kevin não term formação em artes plásticas e aprendeu com os amigos o trabalho com a arte de rua. (Foto: Fernando Antunes)

O Lado B encontrou o rapaz na manhã desta segunda-feira, pouco antes dele seguir viagem para a Bolívia. Aqui, ele chegou na quinta-feira passada, dia 7. A passagem rápida é como na grande maioria dos locais por onde ele já passou, sempre deixando uma marca. “Viajei colorindo as calçadas de cada um dos lugares por onde eu viajei nestes oito anos”, comenta.

Desenhando rostos, na maioria das vezes imagens religiosas, antes de passar por Campo Grande ele morou por dois meses no Rio de Janeiro, fazendo os desenhos na praça do Largo do Machado. A próxima parada é a Bolívia, onde ele encontrará a noiva e em seguida os dois partem para o México.

“Eu ganho dinheiro pintado fachadas de bares, restaurantes e até paredes de lojas de departamentos e também arrecado com as pinturas nas calçadas”, conta.

Nas obras em calçadas o único material utilizado pelo artista é o próprio giz escolar, idêntico ao que é utilizado em salas de aula.

Kevin também reproduz ícones da cultura pop como a turma do Chaves. (Foto: Arte Furious)
Kevin também reproduz ícones da cultura pop como a turma do Chaves. (Foto: Arte Furious)
Público impressionado com o trabalho de Kevin no Lardo do Machado no Rio de Janeiro. (Foto: Guito Moreto / Agência O Globo)
Público impressionado com o trabalho de Kevin no Lardo do Machado no Rio de Janeiro. (Foto: Guito Moreto / Agência O Globo)

Para garantir os traços marcados e o tom mais realista das pinturas, ele garante que usa apenas a habilidade das mãos. “Não uso luvas. Eu faço o contorno e em seguida preencho a pintura com as cores e com a minha mão vou controlando a tonalidade de cada cor”, explica.

Kevin não tem nenhuma formação acadêmica, mas na adolescência chegou a estudar administração de empresas e conta que o primeiro contato com a arte de rua ele teve em Lima, no Peru. “Fiz faculdade por um tempo, até notar que aquela profissão não era para mim. Então eu me mudei para o Peru, onde conheci alguns amigos que me ensinaram as primeiras noções da arte de rua”, conta.

De acordo com o artista, as imagens religiosas são as que mais impressionam nas ruas. (Foto: Arte Forious)
De acordo com o artista, as imagens religiosas são as que mais impressionam nas ruas. (Foto: Arte Forious)

Pela página do Facebook Arte Forious, o artista divulga os desenhos que faz. É o registros que fica, já que a chuva e as pisadas acabam com a obra, é inevitável, apesar dos cuidados extras. “Na maioria das vezes as pessoas respeitam e não pisam e eu procuro fazer os desenhos sob uma sobra, para evitar a ação do tempo e principalmente da chuva”, conta.

Kevin segue o estilo clássico e prefere representar desde Jesus Cristo e São Jorge, até o elefante da cultura indiana que simboliza o Deus da prosperidade e da sorte. “É o tipo de imagem que as pessoas se identificam e mais ficam impressionadas depois de prontas”, comenta. Mas até a turma do Chaves ele já reproduziu.

De acordo com o artista, ele leva de duas até no máximo cinco horas para concluir uma obra nas calçadas. “Na rua, o trabalho tem que ser mais demorado, não só para que eu consiga atrair o maior número de pessoas, mas também para que eu consiga ganhar mais dinheiro”, ele ri.

Curta a página do Lado B no Facebook.

Nos siga no Google Notícias