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Comportamento

Ipea errou: 26% e não 65% acham que roupa curta justifica ataque contra mulher

Ângela Kempfer | 04/04/2014 15:38
Dados errados provocaram até campanha nas redes sociais. (Foto: Facebook)
Dados errados provocaram até campanha nas redes sociais. (Foto: Facebook)

Depois de provocar um levante feminino contra o machismo brasileiro, o Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) corrigiu hoje talvez o maior erro cometido na história da instituição. A pesquisa divulgada na semana passada, sobre a opinião das pessoas em relação a frase "Mulheres que usam roupas que mostram o corpo merecem ser atacadas", estava com dados distorcidos, bem distorcidos. O percentual correto é 26% concordam total ou parcialmente com a afirmação e não 65% conforme divulgação anterior.

A crise ganhou tamanha proporção que o diretor de Estudos e Políticas Sociais do Ipea, Rafael Guerreiro Osório, pediu exoneração logo depois do equívoco ser oficializado. Há pouco, uma errata foi publicada no portal do Instituto.

A pesquisa, com 3.810 pessoas, foi realizada entre maio e junho do ano passado, em 212 cidades para detectar a “Tolerância social à violência contra as mulheres.”

Hoje, em nota, o Ipea pediu desculpas públicas e justificou: “O erro relevante foi causado pela troca dos gráficos”. Os técnicos usaram o percentual de outra pergunta, com as respostas à questão ”Mulher que é agredida e continua com o parceiro gosta de apanhar?”. Essa sim teve 65% entre os que concordam totalmente (42,7%) e concordam parcialmente (22,4%). O que também não deixa de ser grave em um País que diz não ter preconceitos.

Já na questão “Mulheres que usam roupas que mostram o corpo merecem ser atacadas?” os dados reais são : 13,2% concordam totalmente; 12,8% concordam parcialmente; 3,4% são neutros; 58,4% discordam totalmente e 11,6% discordam parcialmente. Isso significa que a maioria, 70%, não aceitam esse tipo de justificativa.

“A correção da inversão dos números entre duas das 41 questões da pesquisa enfatizadas acima reduz a dimensão do problema anteriormente diagnosticado no item que mais despertou a atenção da opinião pública. Contudo, os demais resultados se mantêm, como a concordância de 58,5% dos entrevistados com a ideia de que se as mulheres soubessem como se comportar, haveria menos estupros”, tenta minimizar o Ipea.

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