ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, QUINTA  25    CAMPO GRANDE 32º

Comportamento

Italiana em intercâmbio compara experiências em escola pública e particular

Naiane Mesquita | 10/01/2016 07:56
Ludovica de 17 anos saiu da Itália para fazer intercâmbio no Brasil (Foto: Marcos Ermínio)
Ludovica de 17 anos saiu da Itália para fazer intercâmbio no Brasil (Foto: Marcos Ermínio)

Ludovica Ingletto, 17 anos, cresceu apaixonada pela América Latina, em especial pelas novelas que fazem sucesso por aqui. O carinho é tanto que na hora de escolher um destino para fazer intercâmbio, o Brasil apareceu em quarto lugar. Agora, seis meses depois e duas escolas regulares no currículo, uma pública e privada, a adolescente retorna para casa ainda mais encantada, só que dessa vez, pelas pessoas.

A jovem mostra as belezas naturais da cidade natal de Lecce, na Itália (Foto: Marcos Ermínio)
A jovem mostra as belezas naturais da cidade natal de Lecce, na Itália (Foto: Marcos Ermínio)

“Eu era criança e sempre adorei a América Latina”, afirma. Com um sorrisinho tímido, a jovem confessa que no fundo gostava era das novelas. “No Brasil tem ótimas, pensei também na Argentina, porque eu assistia novelas de lá também. Depois que cresci um pouco conheci as danças latinas e então virou um sonho vir para cá”, explica, em um português totalmente compreensível.

Ludovica ficou os seis meses hospedada na casa da jornalista Vivianne Nunes, 35 anos. No lugar mora ela, o marido e os dois filhos, Gabriel de 12 anos e Isabele, de 7 anos. “Arrumei a casa para recebê-la. Coloquei minha filha para dormir junto com ela e colamos adesivos por toda a residência. Assim ajudava ela a se comunicar. Minha filha no início falava tudo também, ensinou e aprendeu muito com ela”, afirma.

Ludovica foi matriculada em escolas de ensino regular no Brasil e pode conhecer duas realidades, a pública e a particular.

Primeiro, Vivianne achou que uma particular e bilíngue seria mais adequado até pela facilidade com a língua. “Ela iria ficar na Escola Estadual Joaquim Murtinho de acordo com a AFS, que fez o intercâmbio dela. Mas, eu achei que talvez não fosse adequado e consegui colocá-la no Harmonia, que é bilíngue”, explica.

Os adesivos que Vivianne colou com boas vindas e palavras que pudessem ajudar na adaptação
Os adesivos que Vivianne colou com boas vindas e palavras que pudessem ajudar na adaptação
Vivianne e Ludovica vão se despedir após seis meses juntas
Vivianne e Ludovica vão se despedir após seis meses juntas

Apesar de mais organizada que a escola pública, segundo Ludovica, o tempo a limitava. “A escola era integral e eu não tinha tempo para conhecer o Brasil, conhecer os lugares daqui, passear. Também achei que os colegas eram diferentes da escola pública”, relata ela, querendo dizer que os amigos eram um pouco mais frios.

Depois de dois meses, a italiana pediu para trocar de instituição de ensino de novo. Uma breve procura e a Escola Estadual Hércules Maymone se mostrou uma grata surpresa. “Fui bem recebida. Conversavam mais comigo, eram mais abertos. Na outra não consegui isso. Na escola pública as pessoas eram mais simpáticas”, acredita.

A experiência em duas escolas tão distintas rendeu um artigo que a jovem vai entregar à escola italiana onde estuda normalmente.

Sobre o que ela mais gostou no Brasil, a jovem é enfática. “Os animais. São lindos. Você vai no Parque das Nações e tem capivara, meus amigos tiram foto com araras e elas ficam quietinhas. O que eu menos gostei foi do governo”, critica.

A despedida da casa da "mãe" Vivianne será no 15 de janeiro. "Ela se tornou minha filha nesses dias. Engraçado que você se preocupa, quando pedia para sair com os amigos eu ficava preocupada, colocava hora para chegar e sair, fiquei até meio chata. Mas, foi uma experiência incrível para toda a família", diz Vivianne.

Nos siga no Google Notícias