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Comportamento

Juntos desde a infância, casal que veio de Cuba vive o amor pelo balé

Thailla Torres | 14/01/2017 08:13
Mayra durante aulas de balé clássico em Campo Grande.
Mayra durante aulas de balé clássico em Campo Grande.

De Cuba para o Brasil, Mayra e Rolando são exemplo de quem vem de longe fazer a diferença no País. Juntos no balé clássico desde a juventude, há 21 anos deixaram Cuba para se apresentarem ao mundo e hoje são professores em um dos projetos culturais de Mato Grosso do Sul.

Rolando Cândia Acosta, de 58 anos, é casado com Mayra Rivero Lopes, 58, e pisaram no Brasil há dois anos para dar aula de balé no projeto Moinho Cultural, em Corumbá. Antes viveram pelo Uruguai, Colômbia e Paraguai, levando a disciplina, dedicação e entusiasmo da dança.

Os dois se conheceram na infância, estudaram juntos e acabaram seguindo a mesma carreira. Ainda com dificuldades no idioma brasileiro, Rolando resume a história de amor no destino que sempre os deixou lado a lado.

Casal compartilha do amor a dança há décadas.
Casal compartilha do amor a dança há décadas.

“Moramos na mesma rua, estudamos na mesma escola, compartilhamos da mesma arte. Não foi estilo Romeu e Julieta, mas foi nascendo o amor”, resume.

Mayra é maitrê de técnica clássica, e descobriu o talento na escola. Da mesma maneira que o marido Rolando. Os dois recordam que a profissão veio graças ao incentivo na cultura em Cuba. “Lá, a cultura é muito apoiada pelo governo, aqui todos sabem disso. Na escola, aos 8 anos, professores já faziam a captação de quem tinha o interesse pela arte. Assim começamos na dança”, lembra.

No Brasil, o casal diz que busca levar conhecimento sobre regras básicas e os princípios que o regem o balé clássico. “O que fazemos é uma oportunidade e não obrigação. Queremos transmitir conhecimento porque é o mais importante que temos. Dançamos muito na vida e hoje sentimos as sensações dos alunos, de satisfação em dançar”, diz Mayra.

Apesar da seriedade nas palavras, Mayra e Rolando tem um jeito sensível na hora das aulas. Em Campo Grande dão aulas em intensivo de balé clássico que acontece até o dia 28 de janeiro.

No ritmo da música e de olhares atentos, a aula começa na barra. Ao lado dos alunos, exercícios são passados de maneira rápida, já que a maioria tem conhecimento sobre os passos.

As aulas começam na barra.
As aulas começam na barra.
E alunos ficam atentos a cada exercício passado
E alunos ficam atentos a cada exercício passado

Rolando é quem lembra as diferenças que sentiu no Brasil em relação a cultura do balé clássico. “Para falar a verdade, as diferenças são poucas, somos latino americanos, humanos e muito próximos . Então, pra gente é tudo muito familiar. Mas vimos que ainda falta incentivo, já que o Brasil é um dos países que mais apoia a cultura, na América Latina, mesmo assim não é suficiente. Há poucas companhias clássicas para um país tão grande como esse”.

Mayra, cita que em Cuba, pelos termos do balé serem originários da língua francesa, nas escolas há aulas de francês para o entendimento dos exercícios e da combinação dos passos. “Lá, nossa escola tem uma formação muito completa. Aprendemos francês, artes plásticas, pintura, teatro e dança folclórica. Para alimentar e dar riqueza aos passos de dança”.

Mesmo assim, dando aulas no projeto Moinho Cultural, para Mayra e Rolando nunca é tarde para incentivar a dança, que para eles é fonte de vida. “É um enorme prazer trabalhar em Corumbá e ver tantos sonhos crescendo com o balé clássico. Não pensamos em voltar para Cuba, apenas continuar a missão de passar conhecimento”, afirma Rolando.

Ao final do intensivo, será apresentado um espetáculo chamado "Dom Quixote", no dia 28 de janeiro no Teatro Dom Bosco. O ingressos custam R$ 30,00 e são vendidos na escola de dança Selma Azambuja.

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