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Comportamento

Mãe também precisa de colo e cabe no abraço dos filhos em qualquer idade

Paula Maciulevicius | 08/05/2016 07:05
Ela tem 23 e ele, na altura dos seus 4 anos, o maior carinho do mundo. (Foto: Alcides Neto)
Ela tem 23 e ele, na altura dos seus 4 anos, o maior carinho do mundo. (Foto: Alcides Neto)

O primeiro colo vem delas, mas o gesto pode ser recíproco. Mãe chora, fica doente, cansada, triste e carente. Dos 23 aos 71 anos, elas precisam do que nunca negaram: de um abraço e um ombro amigo. Mãe também quer colo. Ainda que ele venha de pequenos bracinhos ou de mãos já enrugadinhas que necessitam de apoio na hora de enfrentar uma doença. 

Nestes últimos dias o Lado B percorreu lugares e à memória para se lembrar de mães que dão e que recebem colo. Ana e Luis Augusto estão só começando. Ela tem 23 e ele, na altura dos seus 4 anos, o maior carinho do mundo. Os olhinhos brilham desde o primeiro sorriso de Luis Augusto. Expressivo, o simpático garotinho responde com beijos à mãe quando é perguntado qual carinho ele costuma dar. Ainda que a idade o impeça de encontrar palavras, ele descreve o amor assim: através do toque.

"Ele é pequeno, mas nos braços dele eu sinto que ele é a maior pessoa do mundo". (Foto: Alcides Neto)
"Ele é pequeno, mas nos braços dele eu sinto que ele é a maior pessoa do mundo". (Foto: Alcides Neto)

Foi no primeiro colo que ela se viu mãe. "Mudou tudo, totalmente. Ali que você vê que muda. Ser mãe é ter todo dia um tipo de surpresa diferença e uma lição", fala a professora de Inglês e estudante Ana Beatriz Espinosa Horn. Ela acorda o filho, dá banho, veste e o alimenta. Sai de casa cedo e se divide, como todas as mães, em três jornadas. Trabalho, estudo e casa.

E é na volta que vive a maravilhosa sensação da acolhida. Se aninha no filho e recebe o afago nos cabelos. "Ele me põe na barriguinha dele e passa a mão no meu cabelo. É bem fofo", descreve Ana. O momento é vivido como um paradoxo, de quem se vê mãe e diante de uma criatura pequenininha, o melhor e maior feitio.

"Cada vez mais eu vejo que é o filho que engloba a mãe. Ele é pequeno, mas nos braços dele eu sinto que ele é a maior pessoa do mundo".

Liane ao lado dos dois colos que têm diariamente: Roberto e Fernando. (Foto: Arquivo Pessoal)
Liane ao lado dos dois colos que têm diariamente: Roberto e Fernando. (Foto: Arquivo Pessoal)

Se colo de filho também cura como o de mãe? Cura. Que o diga a mãe e pedagoga Liane Claudy Taveira, de 58 anos. Logo depois de superar um problema de saúde, passou a dedicar cuidados ao pai e agora ao esposo. No meio de tudo isso, o suporte vem do amor de Roberto e Fernando, seus dois filhos.

"A gente também precisa de colo, principalmente nos momentos difíceis precisamos de todo apoio e carinho para ter força e continuar atendendo a eles da melhor maneira possível", descreve. Dos meninos, o colo vem por meio de abraços, chamegos e risadas. "Eu tento passar para ela a alegria sempre. Brincando, contando piada. O colo precisa vir no dia a dia, nos momentos de estresse, para levantar o astral", fala o caçula Fernando Claudy Taveira, de 25 anos.

O mais velho fala que o gesto caminha junto com a dedicação à mãe, como prioridade de todos os dias. "O colo que eu dou para ela é a apoiando em todos os momentos. Vez ou outra eu trago uma flor pra ela, orquídeas que ela gosta ou rosas mesmo. O colo que eu dou é me fazendo presente o máximo de tempo na vida dela, buscando sempre retribuir o amor incondicional que ela tem por mim e meu irmão", completa Roberto Claudy Taveira, de 27 anos.

Geni e Letícia - Além de ser a cura, dar colo também é se desculpar. (Foto: Fernando Antunes)
Geni e Letícia - Além de ser a cura, dar colo também é se desculpar. (Foto: Fernando Antunes)

Além de ser a cura, dar colo também é se desculpar. Dona Geni Aparecida Ferreira, tem 52 anos e o colo de três filhos. Qualquer espirro já é motivo de ela receber carinho por todos os lados. Mas o ombro amigo também surge como necessidade para ela depois que os filhos se distanciam. Mãe sente saudade do tamanho do amor, de forma infinita. 

"Com eles eu dava colo sempre e como adultos, era quando chegava em casa chorando, porque brigou e você quer fazer alguma coisa e aí dá colo. Mas a gente também tem que ter de vez em quando. Eles somem e eu fico ligando atrás", cobra Geni. Ao pedir - ali - para ela ter colo, a mãe de cara entrega: "alguém vai chorar". Colo também emociona. 

E quando a mãe soube que a filha passaria pelo tratamento de um câncer, o colo entre Minelda e Marli foi sempre presente. Ela tem 71, a filha, 50. "Tem que ter fé de que tudo vai se resolver. Colo é remédio? Sempre", diz a senhorinha Minelda Theisel. 

Como mãe e como filha, Marli fala que Minelda e todas as mães precisam e bastante. "Elas têm problemas e carências. Como filho, mãe também precisa de colo".

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Minelda e Marli - Como filho, mãe também precisa de colo. (Foto: Fernando Antunes)
Minelda e Marli - Como filho, mãe também precisa de colo. (Foto: Fernando Antunes)
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