ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, SEXTA  19    CAMPO GRANDE 20º

Comportamento

Manobras de diabéticos para ter uma alimentação “normal” e não passar vontade

Mariana Lopes | 17/11/2013 09:06
Danilo, à esquerda, teve um bolo dietético só para ele no dia do aniversário do irmão (Foto: Arquivo pessoal)
Danilo, à esquerda, teve um bolo dietético só para ele no dia do aniversário do irmão (Foto: Arquivo pessoal)

Não é via de regra e nem há dados estatísticos que comprovem a constatação, mas das pessoas que convivem com o diabetes, uma pequena parcela pode dizer que não é alucinada por doces.

O desafio diário é, então, conciliar a doença com as vontades de comer um chocolate, um bolo, ou até mesmo uma balinha. Guloseimas que parecem inofensivas, mas que no organismo de um diabético pode ser uma bomba.

O bacharel em Direito Danilo Mandetta Neto, 22 anos, descobriu a doença em 2011, e de lá para cá aprendeu a lidar com a restrição alimentar e optou em cortar radicalmente o açúcar do seu dia-a-dia.

“O diabético até pode comer doce, desde que aumente a carga da insulina, e mesmo assim não pode exagerar, então entre comer um brigadeiro só, prefiro comer nenhum”, explica Danilo.

Mas isso não significa que nesses dois anos ele não tenha sentido sequer um sabor adocicado. Hoje em dia, existe uma gama de produtos dietéticos que podem ser a salvação dos diabéticos enlouquecidos por doces.

Dentre a variedade de quitutes, o chocolate lidera o ranking de preferência de Danilo. O único “porém” é o valor, que custa quase o dobro de um doce comum. “Não é algo que compro em qualquer lugar também, como um sonho de valsa, que é R$ 0,80 e tem em todo mercado, conveniência, padaria”, reclama.

Mas, para ele, é em festas, principalmente as de crianças, que “o bicho pega”. “É chato, uma porque fica todo mundo falando ‘ai, mas você vai ficar com vontade', e outra porque não posso comer mesmo, mas daí, geralmente, eu saio de perto”, conta Danilo.

Há 10 anos convivendo com a diabetes, Gleiby se saboreia nas receitas adaptadas da mãe, que substitui o açúcar pelo adoçante
Há 10 anos convivendo com a diabetes, Gleiby se saboreia nas receitas adaptadas da mãe, que substitui o açúcar pelo adoçante

Mais descolada, até porque lida com a doença há muito mais tempo, a dentista Gleiby Quintas Silveira, 33 anos, recorre às receitas de doces adaptadas. "A minha mãe aprendeu a utilizar a receitas com adoçante e faz bastante pra mim, não compro muito os prontos de mercado, pois a maioria é muito cara", conta.

Ela descobriu que tinha diabetes há 10 anos, e desde então foram muitas e muitas tentativas para aprender a encaixar os ingredientes dietéticos às receitas. "Ela foi descobrindo nas tentativas e erros até aprender as quantidades de adoçante, o melhor para usar, pois alguns deixam amargo e agora já tá craque", comenta a dentista.

O que facilita a vida na cozinha da mãe dela são a inúmeras dicas que podem ser encontradas no famoso Google. "Claro que as invenções novas ainda podem dar errado, acontece de ficar muito doce ou pouco, mas é bem fácil adaptar, e hoje em dia existem muitas receitas, internet também ajuda bastante nas invenções", orienta Gleiby.

E ela ainda garante que quem prova as receitas diet's da mãe dela, não sente a diferença no sabor. "Ela faz bolo, doce de leite, pudim, doce de abóbora, musse, fica muito bom", salienta sobre o dote culinário da mãe.

Tanto Gleiby quanto Danilo provam que é possível conviver com a diabetes sem precisar enlouquecer de vontade de comer guloseimas. Os dois não dividem apenas as experiências da doença, mas também uma "doce amizade".

"Uma vez trabalhamos juntos em um retiro e ela mandou me entregar um pedaço de bolo que a mãe dela havia feito, e veio junto um bilhete escrito 'para o meu amigo mais doce', quase morri de chorar", conta Danilo, que percebeu que o doce não está apenas no chocolate, mas na vida, que pode ser adocicada tembém por palavras.

Nos siga no Google Notícias