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Comportamento

Maquiagem de 2 horas e peruca de 3 mil são parte da rotina de Miss Gay MS

Naiane Mesquita | 20/07/2015 06:46
Nicolly Estefanelli mostra Campo Grande em ensaio especial (Foto: Frank Rossatte)
Nicolly Estefanelli mostra Campo Grande em ensaio especial (Foto: Frank Rossatte)

A maquiagem demora 2 horas para ficar pronta e a peruca perfeita pode custar até mais de R$ 3 mil. Essa é uma parte da rotina da Miss Gay Mato Grosso do Sul, Nicolly Estefanelli, eleita no ano passado para representar o Estado no concurso nacional, que acontece dia 25 de julho, em São Paulo.

Quem dá vida a miss gay é Gillian Marques, 24 anos, que normalmente não tem nenhum cuidado adicional com a beleza.

“No cotidiano eu me visto como homem. Apenas no concurso que preciso me arrumar. Na verdade, essa é a proposta do concurso Miss Gay, somos apenas transformistas, não há intervenção cirúrgica, como silicone, nem uso de hormônio”, afirma Gillian.

Miss precisa desenvolver ações para o púbico LGBT no Estado que representa
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Para ficar com tudo em cima, Gillian precisou fazer uma dieta de engorda e investir em exercícios aeróbicos. “Eu sempre fui magrinho, então engordei de propósito. Lógico que foi tudo com saúde, com a inclusão de frutas e verduras. Não posso fazer musculação porque ganho massa magra rápida. Faço caminhadas, exercícios leves, só para ganhar curvas, formas femininas”, explica.

Essa não é a primeira vez que ele participa do concurso. Gillian é Miss Três Lagoas, mas já representou Jardim e Vicentina. “Eu nasci em Campo Grande e nunca tive pretensão de ser miss, foi uma coisa que aconteceu. Hoje, é um sonho”, acredita.

Segundo ele, essa correria, cheia de limitações físicas e de dinheiro compensa. “É super cansativo, se não fosse o prazer de ter seu sonho realizado. Tem teste de maquiagem, ensaio em cima de salto alto, cuidado com a alimentação, perucas que precisam estar super hidratadas, você demora horrores, ainda tem quem usa unha postiça, é uma preparação enorme”, aponta.

Antes, ele afirma que só cuidava da pele. “Usava produtos para deixar a pele bonita, no máximo algo para preparar a pele. Agora maquiagem é algo que eu nunca usei. Meu cabelo natural é curto, de menino, também não tinha grandes necessidades”, explica.

Já no palco, Gillian lembra que uma miss precisa ter desenvoltura. “Você aprende a caminhar, mexer o quadril, usar o salto. É como uma miss dos concursos tradicionais”, diz.

Concurso nacional será no dia 25 de julho na escola de samba Rosas de Ouro em São Paulo
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Com inscrição a R$ 800 reais, ele diz que sofreu para participar do concurso nacional e não conseguiria sem a ajuda do coordenador regional, Frank Rossatte.

“Tem desfile de traje típico, traje de gala e eles avaliam ainda postura, elegância, simpatia e a beleza mesmo. Além disso, a miss precisa ter um trabalho social onde vive, voltado para as questões e o público LGBT”, enumera. Mesmo sem um projeto específico, a miss diz que já realizou ações e sempre lutou pela causa em Mato Grosso do Sul.

Emotivo, “eu choro sempre”, Gillian afirma que tem sido difícil aguentar a pressão de concorrer com o Brasil inteiro. “Se no Miss Mato Grosso do Sul eu chorei, imagina o nacional. Mas, também no regional deu tudo errado. Meu vestido que era para vir de fora não chegou a tempo, fui um dia antes comprar o de gala. E eu fiz tudo quietinho, sozinho, sem ninguém para auxiliar nisso”, relembra.

Para dar conta dos gastos, ele colocou um notebook e perucas à venda.

“Não temos patrocinadores, então é mais difícil. Minhas família e os meus amigos me dão muito apoio. Eu choro, fico nervoso, mas eles já dizem que sou um vencedor, que nada vai dar errado, sempre me motivando, me dando força, é bem bacana”.

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