ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, SEXTA  19    CAMPO GRANDE 20º

Comportamento

Mentira da adolescência, dizer que vai dormir na amiga acabou até em casamento

Paula Maciulevicius | 07/10/2016 06:15
Anne e Júnior se casaram em 2012, mesmo ano em que ela ia dormir na "Isabela". (Fotos: Arquivo Pessoal)
Anne e Júnior se casaram em 2012, mesmo ano em que ela ia dormir na "Isabela". (Fotos: Arquivo Pessoal)

Quem nunca disse para a mãe, avó e até aos freis do pensionato, que ia dormir na casa de "uma amiga"? A mentira da adolescência era essa. A amiga sempre sabia, a família dela, às vezes não e é aí que a gente acabava sendo descoberto. 

Anne Bonatto já não era adolescente, mas continuou usando essa desculpa para a avó. Publicitária, deixou Campo Grande para morar em Brasília e com um ano de vida lá, conheceu Júnior, através de uma amiga pelo Facebook.

À época, Anne estava com 27 anos e dona Maria de Lourdes, a avó, com 81. "Minha avó era super ligada e eu não apresentava qualquer pessoa pra ela. Para ver o Júnior, eu falava que ia dormir na casa da minha amiga Isabela", conta. 

Madrinha, a amiga Isabela foi usada como 'desculpa' por muitas noites.
Madrinha, a amiga Isabela foi usada como 'desculpa' por muitas noites.

Só que dona Maria de Lourdes não era besta, mandava mensagem e ligava o tempo todo para a neta, até que um dia resolveu ligar na casa de Isabela. Foi quando descobriu que na verdade, Anne não dormia lá.

"E ela ficou calada. Um belo dia, pegou a chave da casa dela da minha bolsa e me mandou uma mensagem: 'volte para casa hoje senão você não entra mais'. Eu pensei que ela estava louca, eu tinha a chave e quando fui procurar... Cadê?", recorda.

Irritada com a situação, a publicitária lembra que até chorou pensando que não tinha mais 15 anos. "Foi aí que o Júnior me pediu em namoro e foi se apresentar para a minha avó". Depois de descobrir quem era Isabela, claro que a neta levou bronca e sobrou até para Júnior. "No começo, ela não gostou dele não, porque menti pra ela, mas aos poucos foi gostando e hoje eles se dão bem", conta.

A mentira acabou no altar. E em dois meses eles se casaram. A avó, sempre que podia falava: "era na casa 'dessa Isabela' que você ia dormir, né?", brinca Anne. Isabela foi madrinha e dona Maria de Lourdes, riu como adolescente na festa. 

Casal com a avó, dona Maria de Lourdes, que quando descobriu que era passada para trás, tratou de se "vingar".
Casal com a avó, dona Maria de Lourdes, que quando descobriu que era passada para trás, tratou de se "vingar".

Para os freis - Estudante de Direito, ela prefere não se identificar, mas deixa o Lado B contar toda a história. Hoje casada e com filho, a jovem volta no tempo ao lembrar que mentiu para a mãe e os freis do pensionato onde vivia.

A família morava em Corumbá e em 2010, ela havia passado no vestibular em Campo Grande enquanto o namorado tinha ido para Sinop, no Mato Grosso. "Adolescente é meio doido, eu estava com 17, morando aqui e no feriado de Páscoa, resolvi que ia para lá fazer uma surpresa e fui", conta.

Para dar credibilidade à mentira e sair nem que ninguém percebesse que ela ia viajar, disse que estava indo estudar o final de semana todo na casa de uma amiga. "Eu recebia uma mesadinha e era basicamente o preço da passagem, eu fui andando até a praça, peguei um ônibus até a rodoviária, comprei a bendita passagem e não me sobrou basicamente mais nada", lembra.

Foram quase 24h de viagem, durante o trajeto, a estudante ganhou umas maçãs de passageiros e quando estava quase chegando, recebeu a mensagem do namorado, falando o quanto queria que ela estivesse lá. "Eu só respondi: tô chegando. Louca de tudo... Ele pagou a volta pra mim", narra.

Enquanto esteve lá, a jovem chegou a conversar com a mãe pelo telefone, normalmente. Mas foi descoberta justamente pelas ligações, um mês depois, quando veio a fatura do celular. "O DDD diferente... Me ferrei muito". Hoje ela ri, mas à época... 

De táxi para Bonito - A mãe da arquiteta Paula Magalhães nunca ficou sabendo, mas na adolescência, ela e duas amigas falaram em casa que dormiriam uma na casa da outra e se mandaram de mala e cuia para a rodoviária.

O que elas queriam era passar o Carnaval em Bonito. Lá, não encontraram mais nenhum ônibus, mas acharam quem topasse dividir a viagem num táxi. "Ele cobrou da gente na época R$ 260, fomos em seis dentro do táxi", recorda aos risos. 

O trio ficou escondido num hotel com amigos em Jardim. Pularam um dia lá, foram de carona até Bonito, festaram na tarde seguinte e depois voltaram, de ônibus para Campo Grande. À época do ocorrido, ela tinha 16 para 17 anos e a mãe só ficou sabendo agora, 10 anos depois. O que sobraram foram risadas, já que a Paula de hoje até já se casou. 

E você? Qual foi sua mentira da adolescência? Conte pra gente no Lado B.

Nos siga no Google Notícias