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Comportamento

Modelos da terceira idade, eles aparecem em propagandas e ganham elogios

Elverson Cardozo | 10/09/2014 06:46
Wadico vive fazendo propagadas e diz que isso o projeta como seresteiro. (Foto: Marcelo Victor)
Wadico vive fazendo propagadas e diz que isso o projeta como seresteiro. (Foto: Marcelo Victor)

No passado, quando era jovem, o alfaiate Osvaldo Florencio chegou a desfilar, mas nunca pensou em ser modelo, até que a terceira idade chegou e algumas oportunidades apareceram. Hoje, aos 74 anos, o aposentado, conhecido em Campo Grande como Wadico Seresteiro, faz alguns bicos nessa área, emprestando ou vendendo a imagem dele para propagandas na mídia impressa ou em comerciais na TV.

Ele representa uma parcela dos idosos que, nesta fase da vida, descobrem na função uma fonte de renda extra e, principalmente, uma terapia que rende elogios e melhora a autoestima. Wadico faz isso há 6 anos.

Começou como “garoto propaganda” de uma cooperativa de saúde. “Eles fizeram uma publicidade a respeito do idoso, da importância de vive bem, para vender o plano de saúde. Foi um vídeo gravado na praça Belmar Fidalgo. Apareci com outra idosa, da mesma idade, tomando água de côco, dando uma volta, fazendo ginástica”, relembra.

Na época, ele foi “descoberto” por uma moça que queria alguém de boa aparência. Como sempre foi elogiado pela boa forma, apesar da idade, logo foi escolhido. Depois, surgiram outros trabalhos, um deles da TV Assembleia. Pelo que relata, tratava-se de um comercial institucional.

“Eu aparecia abrindo uma banca de jornal, sorrindo para o tempo, para o dia”, conta. A propaganda mais recente que ele participou foi rodada na Praça Ary Coelho. O trabalho, diz, falava sobre a cidade e as pessoas que aqui vivem, que adotaram Campo Grande. “Foi para o aniversário”. Wadico foi filmado jogando dama com outro idoso.

São poucos os comerciais até agora, mas isso já rende reconhecimento, elogios e algumas abordagens inesperadas. “A gente fica mais conhecido. As pessoas se interessam em saber mais coisas. Para mim é bom porque divulga minha imagem e o povo já me conhece de cantar por aí”.

Mesma coisa acontece com a aposentada Neide Strutzel, de 75 anos. Por algum tempo, ela ficou conhecida como a “garota da capa”, só porque ilustrou uma edição da Revista Cassems, quando a publicação falou, em uma das edições de 2010, sobre a melhor idade e o verdadeiro momento para envelhecer com saúde e alegria.

Neide tem 75 anos e, às vezes, encara o papel de modelo. (Foto: Marcelo Victor)
Neide tem 75 anos e, às vezes, encara o papel de modelo. (Foto: Marcelo Victor)
Neide na capa da revista Cassems. (Foto: Marcelo Victor)
Neide na capa da revista Cassems. (Foto: Marcelo Victor)

“Eles queriam uma pessoa de cabelos brancos, simpática, e por isso me chamaram”, diz, deixando a modéstia de lado. A propaganda deixou a família e os amigos orgulhosos. “Quando saiu todo mundo começou a me ligar, dizendo que tinham me visto”, conta.

Mas ela, assim como Wadico, já apareceu outras vezes, em campanha de passe de idoso, de trânsito, entre outras. “Já gravei bastante para TV. Quando eles precisam de uma idosa e me enxergam, de cabelos brancos, sempre vem para o meu lado”.

Neide não trabalha com isso profissionalmente, mas quando aparece alguma oportunidade, gosta do papel de modelo. “Eu gosto mesmo. Não prejudica ninguém e melhora a autoestima”, diz.

Ivone Franco, de 82 anos, confirma. “Gosto muito. Tenho muita satisfação. Me sinto bem valorizada, apesar da minha idade”. Ela também tem lá seus dias de modelo. Faz isso há 10 anos. Começou em São Paulo, onde morava, e continuou em Mato Grosso do Sul.

“Já apareci em catálogo de loja, em propaganda de empreiteira... A última gravei no Parque das Nações Indígenas”, conta, ao dizer que faz parte do casting de uma agência de publicidade em Campo Grande.

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