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Comportamento

Mônica, Cebolinha e Cascão: poderia ser só mais um gibi, mas é um bairro

Paula Maciulevicius | 20/07/2013 07:40
No bairro Costa Verde, Cebolinha e Mônica fazem esquina. (Fotos: Marcos Ermínio)
No bairro Costa Verde, Cebolinha e Mônica fazem esquina. (Fotos: Marcos Ermínio)

Da série coisas que só Campo Grande te apresenta... O Lado B foi se aventurar nas páginas de um gibi de Maurício de Souza. Batendo perna, encontramos Mônica, Cebolinha, Cascão, Anjinho, Horácio, Franjinha... A turma da menina dentucinha de vestido vermelho que tinha o maior ciúme do coelho Sansão. Poderia ser só mais um gibi, mas são nomes de ruas em um bairro da Capital.

Para completar os quadrinhos, bastava apenas que a região chamasse Turma da Mônica, ou então, levasse o nome do criador: Maurício de Souza. Mas bem diferente disso, o bairro chama "Costa Verde" e fica entre o Coronel Antonino e Estrela do Sul.

"Eu achei meio esquisito um pouco, mas depois acostumei. É meio Turma de Mônica, quando dou o endereço em algum lugar, as pessoas riem e sempre perguntam mas isso é aqui em Campo Grande?", relata a dona de casa, Mara da Paz Lopes de Souza, 43 anos. Moradora da rua Anjinho, ela jura que a única semelhança que existe entre realidade e fantasia é do sobrenome 'Souza', do escritor.

Sem saber o porquê dos nomes, a agente de saúde Zélia Borba, de 47 anos, acha legal mesmo e já antecipa a quem for ao endereço. "As ruas são do gibi do Maurício de Souza e eu não faço ideia de onde surgiu". A mulher conta esperando brincadeiras.

Moradora nem se surpreende mais ao dizer endereço, ouvir risos e a pergunta: "é aqui em Campo Grande mesmo?"
Moradora nem se surpreende mais ao dizer endereço, ouvir risos e a pergunta: "é aqui em Campo Grande mesmo?"

O bairro ainda está longe de ter a estrutura das ruas das casas dos personagens de Maurício de Souza. O asfalto não chegou lá e esta semana ele foi considerado uma das regiões mais violentas da cidade. Os contrapontos com a história da Mônica.

Dona Maria Eugênia da Silva, de 60 anos, mora e tem um comércio na rua Cebolinha, quase esquina com a rua da Mônica. Defensora do gibi onde vive, ela se recusa a dizer que o bairro é violento e de problema, só tem a falar que é difícil chegar algum serviço quando as ruas não estão em mapa nenhum.

"Esse bairro nem está no mapa, você tem qualquer problema e chama alguém ele diz que não existem essas ruas. Só pode ter saído do gibi mesmo", cai na brincadeira.

Se fora dos quadrinhos o Cebolinha ainda fala 'elado', dona Maria se assume como tal. "Eu falo caipira porque eu sou caipira mesmo e claro que lembrei do Cebolinha, todo mundo lembra".

Apesar de morar na rua Cascão, Eduarda diz que não foge de água e gosta de tomar banho.
Apesar de morar na rua Cascão, Eduarda diz que não foge de água e gosta de tomar banho.

E é na rua Cascão, que a gente encontra a 'Mônica' da trama. Eduarda, de 7 anos, vem toda sorridente abrir o portão. Não usa vestido vermelho e nem carrega o Sansão na mão, mas abre um sorriso e puxa conversa seguindo a simpatia da protagonista do gibi.

Questionada se, por falar na rua Cascão, ela era a 'Cascãozinha' do bairro, de pronto ela diz que não. Não só não foge da água como gosta de tomar banho.

Na mesma rua, a dona de casa Anália Pereira, de 57 anos, já se passou por humorista diante de um condutor. "Esses dias passou um senhor de carro e ficou meio assustado. Eu falei é rua do Cascão mesmo e ele demorou a cair na real".

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